Locaweb Edição 92

3 REVISTA LOCAWEB ao leitor F oi difícil conciliar as agendas, mas entre palestras no Brasil e uma viagem para os Estados Unidos, Nina Silva reservou um tempinho para falar coma Revista Locaweb . Na sessão de fotos, lá estava ela, linda e empoderada. Pudera: não é pouco ser uma das 100 pessoas afrodescendentes mais influentes domundo, de acordo coma MIPAD 100 e a ONU. Tampouco uma das 20mulheres mais poderosas do Brasil, honraria que ela recebeu da revista Forbes . Mas Nina vai além dos títulos. Simpática e sem economizar nas palavras, ela tem uma história de vida inspiradora. Encarou uma infância humilde em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, mas superou inúmeras dificuldades até se transformar em uma lead IT project manager, cargo que ocupa hoje em uma consultoria global de software. Escritora e mentora, podia apenas desfrutar do sucesso na carreira, mas não parou por aí. Sem ver negros nos imensos times em que trabalhou, escolheu ir além. Por isso, fundou o Movimento Black Money, que visa fomentar o afroempreendedorismo no Brasil por meio de tecnologia, conexões e trabalho. Muito trabalho. A trilha da inclusão digital, porém, talvez seja a mais espinhosa já enfrentada por Nina. Para constatar isso, basta analisar os números. Apesar de formar o maior grupo de donos de negócios no Brasil, com 38,8% do mercado, os empreendedores negros ainda são os que menos conseguem empregar e gerar lucro para suas empresas. Entre outras dificuldades, enfrentammuito mais impasses na hora que precisam de liberação de crédito. E isso é apenas um exemplo. Vanguardista no conceito, mas muitas vezes engessado na forma, o mercado digital também costuma fechar os olhos para pessoas com deficiência. E olha que não faltam leis para combater isso. Pouca gente sabe, mas todo site no Brasil tem que ser acessível, garantindo contato com as informações para qualquer um que navegue por suas páginas. A realidade, porém, passa longe do que dita o código, o que revela uma grande falta de visão de alguns empreendedores. Afinal, estima-se que 24% das pessoas têm algum tipo de deficiência no País, e essa parcela da população controla mais de R$ 22 bilhões em renda anual. Mas está ali, muitas vezes, esquecida. Abrir portas, portanto, é algo não apenas humanitário, mas também saudável para qualquer empreendimento. Para isso, no entanto, não adianta ficar parado, independentemente em que fase esteja seu negócio. É preciso ir além. Como Nina. Boa leitura! Luis Carlos dos Anjos Gerente de Marketing da Locaweb É preciso ir além revista locaweb #92

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