Locaweb Edição 97

entrevista 12 REVISTA LOCAWEB Diante dos altos custos, suas reservas se esgotaram depois de nove meses. Contudo, Gisella ainda precisava realizar um exame genético que custava R$ 2.400, além de necessitar de uma medicação muito cara – que não era fornecida pelo SUS. Preocupada com a situação, a engenheira contou seus problemas para duas amigas, que sugeriram que ela fizesse uma campanha online para arrecadar o dinheiro. Ela optou por usar o site Vakinha, já que a ferramenta revelava-se como uma maneira fácil e prática de doar e receber investimentos para causas nobres. Depois de 24 horas, Gisella já tinha batido a sua meta e conseguiu pagar pelo tratamento. A engenheira arrecadou cerca de R$ 16.000 e venceu a doença. São casos como esse que enchem de orgulho Luiz Felipe Gheller e Fabrício Milesi, os desenvolvedores do Vakinha. Fundado em 2009, o portal de crowfunding disponibiliza as ferramentas necessárias para os usuários criarem campanhas de arrecadação. Após 10 anos, o site já ajudou diversas pessoas e organizações, além de ter arrecadado mais de R$ 120 milhões e possuir, atualmente, 500 mil vaquinhas abertas. “A ideia do site surgiu em 2006, a partir da necessidade de organizar uma arrecadação de presentes para uma lista de casamento e da vontade de empreender. Faltava na época uma ferramenta boa nesse sentido e apostamos que seria possível criar uma”, explica Fabrício, que atua hoje como CFO do Vakinha. Gisella e tantos outros beneficiários agradecem. Vocês tiveram alguma inspiração internacional para criar o site? Na época, não. Foi simplesmente a necessidade de resolver um problema que nos inspirou. Fiquei incumbido de arrecadar os presentes da lista de casamento do Luiz Felipe e, juntos, resolvemos criar o site, já que não havia nada parecido no Brasil. Como você enxerga o mercado de crowdfunding atualmente? Acredito que ele já está consolidado e segue crescendo em todo o mundo. Com dez anos de mercado, a prática é cada vez mais comum. A facilidade em doar também ajuda na evolução da plataforma. Quais são os modelos de financiamento coletivo propostos pelo site? Nosso modelo de financiamento segue o mesmo desde a implementação da ideia. Tudo que o usuário arrecada é dele, independentemente de meta ou prazo estabelecido. Nesse sistema, como a plataforma se sustenta? E quanto arrecada por ano? O Vakinha cobra taxas para intermediar as arrecadações. Com essa fórmula, a pessoa só paga se receber contribuições. Não divulgamos valores, mas, apenas em 2019, mais de 300 mil campanhas foram abertas. Atualmente, o número de projetos passa, fácil, dos 40 mil por mês. Como os modelos de financiamento coletivo podem ajudar alguém a empreender uma ideia? No caso do Vakinha, não atuamos em equity crowdfunding (sistema de financiamento centrado em investimento), mas nossa ferramenta permite o financiamento de forma independente para projetos em estágios embrionários, por exemplo. O que o empreendedor precisa fazer para levantar financiamento? O passo principal é detalhar ao máximo a razão do pedido do dinheiro e de "como" o montante arrecadado será investido. Uma das principais dicas é: consiga as primeiras contribuições de pessoas próximas que ajudarão a dar credibilidade para a campanha e, a partir disso, comece a divulgá-la de forma massiva. Não tem segredo: a boa propagação é a base de todo sucesso. De que forma são feitos os pagamentos? No Vakinha aceitamos, atualmente, cartão de crédito, boleto e uma grande novidade, que já está disponível no site: a possibilidade de doar milhas de programas de fidelidade. O site já firmou parceria com alguns dos principais nomes do mercado para converter pontos em cupons que podem ser usados para doações. Quais foram os maiores cases de sucesso do Vakinha? Nossos principais cases em arrecadação são ligados a solidariedade em questões de saúde, e é normal que eles atraiam mais pessoas. Tivemos duas campanhas do gênero que renderam mais de R$ 1 milhão. Temos também grandes cases em diversos outros segmentos, mas os de saúde são os mais impactantes. O site recebeu algum investimento externo para ser criado ou mantido? O Vakinha recebeu um aporte de investidores- anjo até 2013. Mesmo assim, o site se mantém basicamente com o mesmo quadro societário desde a fundação, em 2009. Quais são os projetos para o futuro? Queremos aumentar cada vez mais a equipe e o investimento em geração de conteúdo e mídias sociais, porque esses canais são extremamente importantes para o negócio. Também projetamos integrar mais meios de pagamento e modelos de contribuição. A ideia do site surgiu em 2006, a partir da necessidade de organizar uma arrecadação de presentes para uma lista de casamento O passo principal para levantar algum fundo é detalhar ao máximo a razão do pedido do dinheiro e de "como" o montante arrecadado será investido

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