NATUREZA | 63 em quando aparecem na despensa, geralmente associados a más condições de armazenamento. Por tudo isso, o estudo e a conservação dos besouros são essenciais para a preservação da biodiversidade. No Brasil, vários projetos ajudam a mapear e a entender melhor essa fauna rica e diversa. O projeto Besouros do Brasil, no iNaturalist, é uma iniciativa colaborativa que reúne registros feitos por cientistas e cidadãos. Já instituições, como a Embrapa, o LaPCol (Laboratório de Pesquisa em Coleoptera, da UFPR), a Coleção Entomológica da UFPB e os departamentos de zoologia da UERJ e da ESALQ/ USP têm papel fundamental na identificação de espécies e avaliação de risco de extinção, com apoio de sistemas como o SALVE/ICMBio. Besouros podem ser discretos, mas, quando a gente começa a reparar, estão em todos os cantos: no solo, no tronco, na flor, na composteira. E cada um, à sua maneira, participa da engrenagem dos ecossistemas — seja reciclando matéria orgânica, polinizando flores ou controlando populações de outros invertebrados. Joaninhas e vagalumes são só a porta de entrada para um mundo fascinante — discreto, mas essencial — que atua o tempo todo, mesmo sem a gente perceber. Rodrigo Fialho é biólogo, mestre em Ecologia e Auditor Líder em Sistemas de Gestão. Apaixonado pela Natureza, com atuação nas áreas de docência no ensino superior, pesquisa, planejamento, auditoria e coordenação em licenciamento ambiental de grandes empreendimentos. Existem mais de 200 famílias de besouros. Os filófagos (abaixo) gostam de comer grãos. Já o Acrocinus longimanus, o besouro-arlequim amazônico, tem pernas enormes Tomasz Klejdysz - Shutterstock
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