NATUREZA | 53 ATÉ A EXPLOSÃO DE BOMBA ATÔMICA RES SOBREVIVEM Todas as belas plantas que você está vendo são sobreviventes da radiação que destruiu Hiroshima no Japão. São as Hibakujumoku. Entenda esse incrível fenômeno POR LUIZ MORS CABRAL Em 6 de agosto de 1945, às 8h15 da manhã, Hiroshima deixou de ser uma cidade como qualquer outra. Em questão de segundos, a primeira bomba atômica usada em uma guerra atingiu a cidade: 70 mil pessoas morreram instantaneamente, e outras dezenas de milhares morreram nos dias e anos que se seguiram, transformando Hiroshima em um símbolo trágico e incomparável da destruição humana. E, no entanto, entre os escombros chamuscados, num raio de dois quilômetros do epicentro da explosão, algumas árvores, curvadas, queimadas, mutiladas, resistiram ao impensável bombardeio. Contra todas as probabilidades, nos meses seguintes à catástrofe, elas começaram a brotar novamente. Pequenos brotos verdes, silenciosos e teimosos, emergiram dos troncos devastados. Eram as Hibakujumoku, nome que os japoneses deram às "árvores bombardeadas". Hoje, 170 delas ainda estão vivas em Hiroshima, pertencentes a 32 espécies diferentes, incluindo figueiras, bambus, cerejeiras, ginkgos, camélias, cânforas, peônias, azaleias e salgueiros. Há um salgueiro, por exemplo, que fica a apenas 370 metros do epicentro da explosão e permanece de pé até hoje. Os japoneses têm profundo respeito por essas plantas e continuam a cuidar delas diligentemente, incluindo os cerca de 50 Hibakujumoku que existem em Nagasaki. Cada uma está catalogada e marcada com uma placa em japonês, inglês e latim. Fotografada em outubro de 1945, foi assim que ficou a cânfora-do-Japão atingida pela força da bomba atômica. Mudas das descendentes dessas árvores foram distribuídas pelo mundo. O Brasil não tem nenhuma
RkJQdWJsaXNoZXIy Mzk0Njg=