NATUREZA | 73 Ouso de cores na Natureza é sempre estratégico. O conceito humano de beleza, no caso, é apenas acessório. Cada cor carrega uma função: atrair polinizadores, afastar predadores, sinalizar maturação ou até enganar outros seres vivos. Como desde criança, por exemplo, a gente aprende que fruta verde está “verde” e amarela ou vermelha está madura e pronta pra comer, esses códigos funcionam sem que a gente note. Mas sempre vale usar um novo olhar para perceber como essas estratégias se manifestam no cotidiano dos jardins, ou em qualquer outro lugar que tenha plantas. Há toda uma programação cromática em que vale a pena mergulhar para decifrar como cada uma das cores é usada pelas plantas na interação delas com os animais (humanos, inclusive) que frequentam seu jardim. Conhecer isso também pode ser muito útil na hora de fazer projetos paisagísticos e assim ter jardins mais integrados com a vida ao redor. Verde A cor de fundo de todo jardim Na paleta da Natureza, o verde é o plano de fundo onde tudo acontece. Não por acaso, é também a cor mais presente nos jardins — e também, claro, a mais persistente nas florestas, nos campos, nas margens dos rios. Do ponto de vista funcional, o verde nasce da clorofila, pigmento presente nos cloroplastos das células vegetais, essencial à fotossíntese. Isso todo jardineiro sabe. Mas o que merece atenção, no nosso caso, é o papel visual que essa cor exerce no paisagismo: ela cria a unidade de fundo, permitindo que todas as Rodrigo Fialho é biólogo, mestre em Ecologia e Auditor Líder em Sistemas de Gestão. Apaixonado pela Natureza, com atuação nas áreas de docência no ensino superior, pesquisa, planejamento, auditoria e coordenação em licenciamento ambiental de grandes empreendimentos.
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