as aves, o azul se manifesta em espécies como o tiê-azul e a saíra-sete-cores, ambas visitantes potenciais de áreas ajardinadas bem arborizadas e ricas em frutas. Mistura de cores A beleza das combinações A Natureza raramente trabalha com uma cor só. Mesmo quando uma flor parece monocromática, há variações de tons nas pétalas, contrastes com o miolo, nuances nas nervuras. Quando o jardim é visto como um todo — e não como a soma de partes — o que se percebe é uma linguagem visual baseada na mistura de cores. Flores são especialistas em terem manchas, faixas, pontos e linhas, o que gera muita beleza e chamam demais a atenção. O que parece aleatório para olhos humanos, na verdade é sinalização codificada, um verdadeiro mapa visual para os olhos dos polinizadores certos. No paisagismo, trabalhar com a combinação intencional de cores é também uma forma de aproximar o jardim das lógicas naturais. Em vez de impor uma estética rígida, permita que o espaço reflita o dinamismo da vegetação viva — em constante diálogo com a luz, o clima, a fauna e o tempo. Textura A grande parceira das cores Na Natureza, a cor nunca aparece sozinha. Ela sempre se manifesta em alguma superfície — e essa superfície tem textura, brilho, volume. É isso que determina como a luz será refletida, absorvida ou dispersa. Por isso, cor e textura andam juntas: o mesmo tom pode parecer vibrante em uma folha lisa e cerosa, e quase opaco em uma pétala aveludada. A textura, nesse sentido, é a voz da cor. A diferença não é apenas estética: muitas vezes, está ligada à função ecológica da planta. Superfícies cerosas ou lisas costumam atuar como barreira contra perda de água e deposição de poeira ou fungos. Já superfícies Artistas humanos são normalmente grandes observadores dos fenômenos da Natureza. Por isso conseguem uma visão que foge do lugar-comum e destacam em suas obras a mistura de cores e as múltiplas texturas NATUREZA | 77 JB Estudio Criativo - Shutterstock

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