Viaje Mais 282

viajeMais | 19 O capitão e seu navio O Capitão Pietro Sinisi, como bom italiano, gosta de uma boa conversa, e não esconde sua paixão pelo Explora I, especialmente pela enorme potência que o navio tem. Nascido em Roma, iniciou sua carreira na Marinha Italiana e tem mais de 30 anos de experiência no mar. O papo durou cerca de uma hora. Confira aqui alguns trechos da conversa. Como você descreve o Explora I? Capitão: O navio é novo, com apenas um ano. Apesar de ter 65.000 toneladas brutas e 150 metros de comprimento, nunca parece lotado. Ele foi projetado para oferecer mais espaço por hóspede do que outros navios de tamanho semelhante. O Explora I tem alguma tecnologia especial? Capitão: Sim, o navio tem uma enorme potência, o que nos permite operar em condições climáticas extremas. Ele tem a mesma potência do MSC Seaside, que é quase o dobro do tamanho. Portanto, foi construído para viajar pelo mundo todo. No caso de portos com vento forte e sem rebocadores, enquanto um navio comum pode ser obrigado a cancelar a escala, o Explora I atraca sem problemas. Tem também, entre outros recursos, um sistema de estabilizadores de sete metros que se estendem como asas de avião debaixo da água para estabilizar o navio em mares agitados. É um navio maravilhoso. E quanto ao uso de água a bordo? Capitão: Não usamos garrafas de plástico a bordo. Capitão Pietro Sinisi: todos o dias seu “escritório” tem uma vista diferente do mundo Mandinga na ponte de comando É muito raro conseguir visitar a ponte de comando de um navio. Por segurança, até o caminho até lá é disfarçado. A entrada para o corredor que leva a ela se confunde com a porta de uma cabine comum. Assim, conhecer a ponte de comando do Explora I foi uma experiência à parte. Eles têm controle total sobre todas as áreas, com sensores e câmeras, e como o Explora I é um navio novinho, possui a mais alta tecnologia — sem esquecer que oficiais e pilotos também são humanos. Não tenho foto para provar porque celular e câmeras têm de ficar do lado de fora. Mas no meio da mais alta tecnologia, há um recipiente com sal grosso, pimentas secas e outras mandingas. “A gente tem de se proteger do azar”, garante o oficial que acompanha a visita. Toda a água consumida no navio é produzida aqui mesmo, por meio de um sistema de osmose que transforma água salgada em potável. O consumo diário é de cerca de 400 toneladas de água. Também tratamos as águas residuais a bordo, e o resultado final é tão limpo que pode até ser bebido. Você esteve envolvido nos testes de mar do Explora II. Como foi essa experiência? Capitão: Foi incrível. Testamos todas as manobras possíveis do Explora II, desde máxima velocidade até frenagem total. Isso nos ajuda a entender os limites do navio e garantir que tudo esteja funcionando como deveria. Qual é a sensação de comandar um navio tão avançado tecnologicamente? Capitão: É fantástico. A tecnologia a bordo do Explora I torna a navegação muito mais precisa. Temos sistemas eletrônicos de cartas náuticas que preveem onde o navio estará nos próximos 60, 180 e 360 segundos, o que facilita muito as manobras, especialmente em portos apertados. E, claro, é um privilégio abrir as cortinas do meu “escritório” todos os dias e ter uma vista diferente do mundo.

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