98 | viajeMais ares de santuário — com rodas de fogueira, cantos que ecoam pela noite e conversas sobre o que há de mais profundo na alma humana. Na gastronomia, o Banana Bamboo é vegetariano por essência e criativa por vocação. Entre os pratos do restaurante estão o caldo de abóbora com leite de coco e gengibre, e a salada com coração de bananeira e crispy de taioba. Para os que não dispensam proteína animal, o peixe local entra em cena, sempre fresco, servido em filé ou porções. O café da manhã, por sua vez, é banquete delicado: pão de mandioca, cookie de cacau 50%, cracker de banana com gergelim... tudo feito ali mesmo ou vindo de pequenos produtores da região, em perfeita harmonia com a filosofia da “economia circular”. No bar, a alquimia é comandada pelo mixologista Joadson Carneiro, que transforma flores e ervas nativas em drinques bem exóticos. É o caso do “Lírio de Oxum”, com tequila, pimenta dedo-de-moça e flor de lírio; ou então do “Rainha da Mata”, com fruto de juçara, banana, cachaça e melado. A rotina do hóspede no Banana Bamboo é a mais tranquila possível. Às 6h, os pássaros abrem o dia com um coro animado. Às 8h, o café está servido. O restante da jornada é livre: piscina, leitura, cochilo, contemplação... Quem quiser aprender mais sobre sustentabilidade pode embarcar na “Trilha do Conhecimento”, um passeio de 40 minutos pela agrofloresta da pousada, guiado por um dos funcionários que explica como funciona a produção orgânica, o telhado verde, o uso da energia solar e até a estação de tratamento de esgoto. Ao final, talvez você volte querendo construir sua própria casa de bambu, ou, pelo menos, plantar uma taioba no quintal. Se bater vontade de explorar, a apenas dez minutos de carro está a Cachoeira da Laje. No mesmo tempo, você chega à Praia de Ubatumirim, que é bastante preservada, com poucas casas e ruas de terra. No canto direito, uma trilha de 15 minutos leva até a vizinha Praia da Justa, ainda mais secreta, acessível só a pé ou de barco. De vez em quando, as nuvens abraçam o topo da serra e choram uma chuva fina, fenômeno comum que deu a Ubatuba o apelido de “Ubachuva”. Mas no Banana Bamboo, nem mesmo a chuva estraga o encanto, pelo contrário, ela traz um cheiro bom de terra molhada e dá um toque mágico à mata. É como se cada gota de chuva fosse um lembrete de que ali, você não está em uma pousada de praia qualquer. O Banana Bamboo está mais para um hotel de selva, um lugar onde a experiência não gira em torno da areia ou do sol, mas da imersão na mata e nas águas do Rio Ubatumirim. O café da manhã tem produtos caseiros e, na maioria, com ingredientes produzidos lá mesmo na propriedade Drinks exóticos são preparados com flores e ervas da Mata Atlântica
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