revistaviajemais www.revistaviajemais.com.br MAIS viaje No 293 Ano 26 Portugal do vinho Os caminhos Destinos Peso de Régua • Pinhão • Tua • Porto • Vila Nova de Gaia • Lisboa • Setubal • Aix-en-Provence • Lourmarin • Bonnieux Roussillon • Gordes • Avignon • Nîmes • Arles • Saint-Rémy-de-Provence • Bentonville • Cruz-CE • Praia do Forte-BA • Bom Retiro-SC Praia do Forte 40 anos do Tivoli EcoResort ceará o hotel de praia mais luxuoso do Brasil Serra Catarinense Hospede-se em uma vinícola EUA descubra a curiosa “cidade” do Walmart Alentejo • Vale do douro porto • Lisboa • setÚbal França Viaje de bike pelas cidades da Provença
viajeMais | 3 Divulgação Você também encontra as edições da revista Viaje Mais nas plataformas digitais: Euroclube • Tim Banca • Claro Banca Oi Revistas • Clube de Revistas • Bancah Uol Banca • Zinio • Nuvem do Jornaleiro Revistarias • Mais Banca • Magzter • Ubook Bookplay• Amazon Prime • Pressreader enólogos da Redação Roberto Araújo, Tales Azzi e Vera Grandisky Lerner. Colaboraram nesta edição: Aida Lima, Mário Fittipaldi e Paulo Basso Jr. bodega editora europa Anderson Cleiton, Anderson Ribeiro, Angela Taddeo, Beth Macedo, Elisangela Xavier, Fabiana Lopes, Fabiano Veiga, Jeff Silva, Laura Aguirre, Laura Araújo, Lourival Batista, Luiz Siqueira, Maitê Marques, Marco Clivati, Mauricio Dias, Paula Hanne, Paula Orlandini, Renata Kurosaki, Tamar Biffi, Tania Roriz e Valerio Romahn nosso e-mail revistaviajemais@europanet.com.br anuncie publicidade@europanet.com.br A REVISTA viaje mais é uma publicação da Editora Europa Ltda. (ISSN 1519-3268). Enoturismo em Portugal ............... 20 Provença de bike............................. 38 Hotel de luxo no Ceará .................. 64 Bentonville....................................... 74 Tivoli Ecoresort Praia do Forte.... 86 Enoturismo em Portugal os caminhos do vinho N os últimos anos, fiz diversas viagens a Portugal para percorrer algumas rotas de vinho de norte a sul do país. Fiquei hospedado em uma charmosa vinícola, na cidade de Peso de Régua, no Vale do Douro, onde conheci todas as etapas de produção do célebre Vinho do Porto. Percorri pequenas cidades medievais pelos campos do Alentejo para descobrir algumas vinícolas que trabalham de forma quase artesanal, onde a “pisa das uvas” ainda é feito como antigamente, ou seja, pisando nas uvas. Em Lisboa, sem precisar ir muito longe da capital, conheci bodegas centenárias. Em algumas delas, pude provar o Moscatel de Setúbal. O resultado dessas andanças está na reportagem de capa desta edição, que reúne algumas das principais rotas de enoturismo de Portugal, viagens que combinam paisagens encantadoras, castelos medievais, quintas e adegas que fazem do país um lugar muito especial para os amantes do vinho. @talesazzi - Editor @revistaviajemais Viajemais revistaviajemais www.revistaviajemais.com.br |sumário| edição 293 | outubro 2025 Richard Semik_Shutterstock Divulgação Mário Fittipaldi para assinar e comprar ótimos livros, revistas, coleções e enciclopédias Ligue para (11) 3038-5050 / (11) 95186-4134 www.europanet.com.br atendimento@europanet.com.br SEDE Rua Alvarenga, 1.416 São Paulo - SP CEP: 05509-003 impressão Coan Indústria Gráfica Ltda. Fundada por Aydano Roriz Publicando livros e revistas desde 1986 w Tivoli Ecoresort Praia do Forte Provença de bike Bentonville
4 | viajeMais A MSC já anunciou os planos para a temporada de cruzeiros de 2026/2027. Entre novembro de 2026 e abril de 2027, seis navios da MSC vão cruzar as águas do Brasil e América do Sul com uma oferta de mais de 100 cruzeiros e dezenas de roteiros. Quatro deles terão embarques no Brasil, um ficará baseado na Argentina e outro — o MSC Magnifica — fará escalas sul-americanas durante sua volta ao mundo de 121 noites. O grande destaque da temporada será a estreia do MSC Virtuosa no Brasil. Inaugurado em 2020, o navio é um gigante de 19 andares, dez restaurantes, 21 bares, cinco piscinas e um robô-barman no futurista MSC Starship Club. A promenade interna, coberta por um teto de LED com 112 metros de comprimento é cercada de bares, lojas e restaurantes. O luxuoso MSC Yacht Club, com suítes, lounge e piscina privativas, completa a experiência premium a bordo. Outro estreante será o MSC Divina, que fará sua primeira temporada regular no país. Com 27 mil m² de áreas comuns, o navio oferece quatro piscinas, 12 hidromassagens, cinema 4D, boliche, simulador de Fórmula 1 MSC Cruzeiros inicia vendas para a temporada de 2026/2027 A companhia vai trazer ao Brasil seis navios para a temporada de cruzeiros que começa em novembro de 2026, tendo como grande destaque o MSC Virtuosa, que virá ao país pela primeira vez |Mundo dos cruzeiros| e o requintado MSC Aurea Spa, além de seis restaurantes, dois deles de especialidades. Os clássicos MSC Splendida, MSC Musica e MSC Lirica também retornam com roteiros variados, de minicruzeiros a itinerários longos pela América do Sul. Já o MSC Magnifica, durante seu World Cruise 2027, incluirá escalas em Salvador, Rio de Janeiro, Buenos Aires, Ushuaia e Valparaíso. Para Adrian Ursilli, diretor-geral da MSC no Brasil, a nova temporada é um marco.“Ter o MSC Virtuosa no país e uma frota totalmente renovada reforça nosso compromisso com o público brasileiro. Queremos oferecer férias memoráveis com conforto, sofisticação e o melhor da hospitalidade MSC”, disse. As vendas para os cruzeiros de 2026/2027 começaram em 20 de outubro. Mais informações em www.msccruzeiros.com.br Fotos: Divulgação MSC Cruzeiros O MSC Virtuosa, que tem um bartender robô, virá ao Brasil pela primeira vez e será a grande estrela da temporada 2026/2027
6 | viajeMais e reconstruiu o veículo até alcançar o padrão desejado: um ambiente silencioso, climatizado, com assentos confortáveis. O resultado é uma experiência que mistura o prazer da viagem e da gastronomia. A refeição inclui um menu de seis pratos (incluindo duas sobremesas) e dez tipos de bebidas não-alcoólicas à vontade. O visitante pode escolher entre três opções de cardápio: o tradicional (com carnes e massas), o vegetariano ou o infantil. Todos são preparados em um restaurante parceiro e embarcados antes da partida, mantidos em sistemas aquecidos e servidos com o auxílio de carrinhos originais de aviação. Nada é descartável: as refeições são servidas em louças de porcelana, com talheres de metal e taças de vidro. Um São Paulo ganhou uma nova – e bem original - opção de passeio, realizada a bordo de um ônibus de dois andares que realiza um city tour gastronômico por bairros emblemáticos da capital paulista. Batizado de On Board Bus, o passeio tem duração média de uma hora e cinquenta minutos e passa lentamente por 93 pontos turísticos da cidade enquanto os passageiros degustam uma refeição servida por comissárias de bordo com o requinte de uma classe executiva de avião. O projeto foi criado pelo empresário André Berti, que adaptou um ônibus com mesas e e equipamentos de catering utilizados na aviação. Para garantir o conforto, o idealizador testou modelos de ônibus com suspensão mais macia |São Paulo| Entre o burburinho das avenidas paulistanas, um ônibus de dois andares que começou a circular pela cidade transforma o caos urbano em uma experiência inédita. Por tales azzi O novo city tour gastronômico de São Paulo Com o On Board Bus, você faz um passeio pelo Centro de São Paulo em um ônibus, com o serviço de bordo inspirado em uma classe executiva de avião
8 | viajeMais suporte de acrílico nas mesas garante a estabilidade dos copos. Ao longo do passeio, um áudio- -guia passa informações sobre os pontos turísticos e conta curiosidades sobre a cidade. O itinerário percorre cartões- -postais como a Avenida Paulista, a Praça da Sé, o Teatro Municipal, o Viaduto do Chá, o Pátio do Colégio, a Praça da República e o lendário cruzamento da Ipiranga com a São João, imortalizado na canção de Caetano Veloso. Aos domingos, o roteiro muda: a Avenida Paulista, fechada para carros, dá lugar às avenidas Rebouças, Brasil e ao Parque do Ibirapuera. O ônibus, com capacidade para 62 passageiros — sendo 12 lugares no piso inferior, voltados à acessibilidade —, oferece uma vista privilegiada: de cima. O viajante observa a cidade sem obstáculos, acima do tráfego, com amplitude para apreciar fachadas, praças e monumentos. Não há paradas no caminho.˜Metade dos passageiros são turistas, mas há também muitos paulistanos redescobrindo sua própria cidade”, conta André Berti. O projeto já tem novos rumos: um segundo ônibus está em fase final de montagem e trará um roteiro diferente, partindo do bairro da Liberdade, com cardápio japonês — um tributo à influência oriental na capital paulista. O On Board Bus faz saídas de quarta a sábado às 19h. Domingo também tem saída ao meio-dia. As saídas noturnas de sexta e sábado são as mais concorridas, procuradas por casais e grupos em busca de uma experiência diferente e romântica. Os ingressos variam entre R$ 275 a R$ 374 dependendo do dia e do horário. Na quarta-feira, há uma tarifa promocional a R$ 197. O ponto de partida é o Restaurante Jazz, na Vila Mariana. Mais informações em @onboardbus O guichê de “check in”; o embarque acontece ao lado do Restaurante Jazz, na Vila Mariana O ônibus faz passeios de quarta à domingo e trouxe uma nova maneira de olhar a metrópole
10 | viajeMais Quem mora no interior paulista não precisa mais ir ao litoral para pegar praia e aprender a surfar. A menos de duas horas da capital paulista, em Porto Feliz, o Boa Vista Surf Lodge inaugurou uma piscina com ondas para prática de surfe, a primeira em um hotel na América Latina. Localizado dentro do condomínio Boa Vista Village, o hotel, operado pelo Grupo Fasano, ocupa 8 mil m² e conta com uma grande estrutura de lazer. O destaque, claro, é a nova praia artificial com areia clara e fofinha diante de uma piscina com ondas de 220 metros de extensão com até 4 metros de profundidade. A piscina é equipada com a tecnologia PerfectSwell, um sistema capaz de produzir até 100 tipos diferentes de ondas, que variam em tamanho, velocidade e formato, que proporcionam experiências seguras para iniciantes até treinos de alto rendimento para surfistas profissionais. Tanto que o campeão mundial Ítalo Ferreira se tornou um habitué do hotel em |dica de hospedagem| Tirando onda no Boa Vista Surf Lodge Hotel de luxo do Grupo Fasano, a 100 km de São Paulo, é o primeiro da América Latina a inaugurar piscina de ondas artificiais para a prática de surfe Por aida lima Fotos: Divulgação O surfista Ítalo Ferreira testa as ondas do Boa Vista Surf Lodge Foto: Daniel Pinheiro/ Divulgação
viajeMais | 11 Cabine de controle das ondas lembra um posto de salva-vidas O hotel do Grupo Fasano tem acomodações elegantes e fica em um condomínio que reúne residenciais e campo de golfe momentos de preparação para competições internacionais. Para curtir a piscina de ondas basta ser hóspede do hotel Boa Vista Surf Lodge, ou então ingressar como membro do clube de campo Boa Vista. Moradores do residencial Surf Boa Vista também têm acesso livre ao complexo. As sessões são organizadas por nível de habilidade, em grupos que vão de até 22 pessoas (para iniciantes) a apenas três (no caso de surfistas profissionais). Antes da prática, cada participante iniciante passa por uma aula teórica de 30 minutos e recebe todo o equipamento necessário, incluindo prancha e roupa de neoprene, já que a água está sempre em temperatura ambiente. As sessões acontecem diariamente entre 6h30 e 23h30, acompanhadas por instrutores e salva-vidas. Para quem nunca surfou na vida, essa é uma excelente oportunidade de aprender as técnicas do esporte em um ambiente controlado e seguro. Já para quem tem experiência, há a possibilidade de personalizar a onda definindo altura, intensidade e frequência, graças ao sistema digital operado pela equipe técnica. O valor das experiências varia conforme o nível do usuário, dia da semana e quantidade das pessoas no grupo, e parte de R$ 790. Inaugurado em dezembro de 2024, o Boa Vista Surf Lodge conta com 57 quartos divididos em oito categorias, em suítes de 45 m² a 150 m², todos com atmosfera litorânea. São equipados com móveis de madeira clara, com bastante luz natural e acessórios em tons pastéis, branco e azul. Do lobby aos quartos, os ambientes são decorados com fotografias vintage de surfe nas paredes. O hotel traz projeto arquitetônico de Pablo A piscina com ondas é cercada por uma praia de areia com 220 metros de extensão Foto: Daniel Pinheiro/ Divulgação Foto: Daniel Pinheiro/ Divulgação
12 | viajeMais Slemenson, a decoração de interiores de Sig Bergamin e Murilo Lomas e o paisagismo assinado pela grande arquiteta e paisagista Maria João D’Orey. O hotel conta com spa, quadras de beach tennis e academia. O Restaurante Boa Vista Surf Lodge, por sua vez, é comandado pelo chef William Lima, que oferece uma culinária com estilo mediterrâneo, incluindo pratos com frutos do mar e massas. A comida é realmente deliciosa, a começar pela entrada de carpaccio de polvo, brunoise de tomate e abobrinha (R$ 114), assim como o tartar de atum com limão siciliano, azeite e flor de sal (R$ 116). Entre os pratos principais, há polvo assado na parrilha com batatas coradas (R$ 250) Quer ir também? Boa Vista Surf Lodge Estrada Municipal PFZ 373-B Lote 01 – Boa Vista Village, Porto Feliz (SP). Mais informações em www.boavistasurflodge. com.br e @ boavistasurflodge A praia de areia fofa diante da piscina que produz 100 tipos diferentes de ondas para a prática de surfe Polvo assado na parrilla com batatas coradas e o carpaccio de polvo do restaurante comandado pelo chef William Lima e o camarão ao champagne com arroz cremoso (R$ 215). Integrado ao condomínio Boa Vista Village – que reúne residenciais, campo de golfe, quadras de tênis, centro de eventos e, em breve, um shopping a céu aberto – o hotel do grupo Fasano representa um novo capítulo no turismo de luxo no interior paulista. Foto: Daniel Pinheiro/ Divulgação Foto: Aida Lima Foto: Aida Lima
14 | viajeMais No Vale do Douro, onde o rio serpenteia entre colinas cobertas de vinhas centenárias, o vinho é apenas o início da experiência. É ali, entre as vilas de Sabrosa e Gouvinhas, que a Menin Wine Company vem se destacando como uma das mais inspiradoras vinícolas do novo enoturismo português. Além de degustações de vinhos de alta gama, a Menin combina belas paisagem, tradição e um toque de brasilidade – afinal, por trás do projeto está o empresário Rubens Menin, fundador do Banco Inter, e hoje também dono de um sonho fermentado em barricas de carvalho. Criada em 2018, a Menin Douro Estates reúne quintas que somam 65 hectares localizados na sub-região de Cima Corgo, um dos terroirs mais nobres do Douro. Nelas estão vinhas com mais de 130 anos, plantadas em socalcos sobre o xisto, que produzem uvas de altíssima concentração. Dali saem rótulos de prestígio, como o Menin Maria Fernanda Tinto, premiado com 93 pontos pelo crítico |portugal| Vinhos do Douro com alma brasileira A Menin Douro Estates, no coração do Vale do Douro, transforma o vinho em uma “vivência” com quintas históricas, vinhos premiados e certa brasilidade Fotos: Divulgação A cave de barricas da Menin Douro States
viajeMais | 15 Há várias opções de degustações com cinco provas Degustações na Menin Douro States são acompanhadas de tábua de frios, queijos e embutidos Robert Parker, e o Dona Beatriz 2019, que recebeu o título de “excelência” pela Revista de Vinhos. Não é pouca coisa. As vinhas guardam marcos pombalinos de 1765, instalados para delimitar as áreas de melhor produção. Mas o encontro é do antigo com o novo. As ideias são do século 21: energia limpa, vans elétricas, práticas sustentáveis e um olhar contemporâneo para o turismo de experiência. Para que o visitante viva o Douro em sua plenitude, a“vivência”, como eles chamam por lá, vai muito além de simples degustação. O visitante pode optar por almoços harmonizados, caminhadas guiadas entre as vinhas, passeios de buggy, piqueniques e até workshops de olaria, que resgatam tradições locais. Em certos dias, o pôr do sol se transforma em sunset party, com música, vinho e um horizonte dourado. As degustações são acompanhadas por tábuas de queijos, azeite artesanal e embutidos regionais. O visitante tem opções de provas variadas, com preços de que variam de 40 euros a 90 euros por pessoa. As degustações duram cerca de 1h30 e estão disponíveis diariamente, das 10h às 17h, mediante agendamento. O clima é descontraído, sem pressa — o Douro não combina com urgência. A Menin Douro States com vinhas plantadas nos terraços do Vale do Douro Quer ir também? A Menin Douro Estates fica na Freguesia de Gouvinhas, em Sabrosa, no Vale do Douro. Visitas diárias mediante reserva, das 10h às 17h. menindouroestates.pt e @menindouroestates
16 | viajeMais A Explora Journeys, marca de cruzeiros de luxo do grupo MSC, anunciou as vendas da experiência F1 Paddock Club para assistir o Grande Prêmio de Mônaco de Fórmula 1 em 2026, uma das corridas mais icônicas do calendário. O cruzeiro do Explora I, vai incluir uma parada no porto de Monte Carlo, onde os hóspedes poderão acompanhar de camarote, com bebidas e comidas à vontade, a adrenalina das pistas. A proposta vai muito além de assistir à corrida: os convidados terão acesso exclusivo aos bastidores da Fórmula 1, onde poderão ver de perto o trabalho das equipes e os ajustes nos carros antes das provas. Além disso, a experiência contempla hospitalidade de alto nível, gastronomia gourmet, DJs ao vivo, ativações culturais e encontros com pilotos e personalidades. Os hóspedes podem optar por suítes com vista para o mar ou para o cenário urbano de Mônaco, combinando o conforto das viagens de luxo da Explora Journeys com a emoção do fim de semana mais aguardado do automobilismo. A iniciativa reforça o compromisso da marca em redefinir o conceito de viagem de luxo, oferecendo experiências que unem esporte, cultura e lifestyle em um mesmo roteiro inesquecível. A experiência completa, do cruzeiro de 5 noites com o F1 Paddock Club tem preços a partir de R$ 189 mil por pessoa em suíte. Mais informações em www.explorajourneys.com Explora Journeys lança experiência VIP para o GP de Mônaco 2026 Luxo em alto-mar com vista para o circuito mais glamouroso da Fórmula 1 Fotos: Divulgação |luxo| O Explora I ancorado no porto de Monte Carlo, em Mônaco Em 2026, o cruzeiro para Mônaco vai incluir uma experiência vip para assistir o Grande Prêmio de Fórmula I
18 | viajeMais Foto: Shutterstock/ Rawpixel.com |entrevista| Qual a primeira recomendação aos brasileiros que ainda vão solicitar o visto de turismo (não-imigrante) para ver a Copa do Mundo em 2026? No ano passado, concedemos 1,1 milhão de vistos de não-imigrantes para cidadãos brasileiros, cerca de 20% a mais comparado a 2023. Quase metade desses vistos foi emitido no Consulado Geral em São Paulo. Mas muita gente quer viajar para os Estados Unidos no próximo ano, especialmente por conta da Copa do Mundo de 2026. Se for o seu caso, faça a solicitação o quanto antes. Qual o tempo de espera atualmente para emissão do visto? O tempo de espera para entrevista de vistos varia todos os dias, pois é baseado na carga de trabalho e quantidade de colaboradores disponíveis na embaixada e consulados. Informações atualizadas sobre o tempo de espera para agendar vistos podem ser encontradas no site do Departamento de Estado dos Estados Unidos. Todos os solicitantes devem confiar somente em fontes oficiais do governo americano para informações sobre o processo de visto. Há mudanças na emissão de visto para turistas brasileiros? A partir de 1º de outubro de 2025, mais pessoas precisam fazer a entrevista para emissão do visto. Todos os solicitantes de vistos de não-imigrantes, inclusive aqueles com menos de 14 anos e mais de 79 anos, precisam fazer entrevista presencial com um oficial consular. Uma nova taxa de visto não-imigrante, no valor de US$ 435, foi anunciada mas posteriormente suspensa. Há alguma novidade em relação a isso? Esta nova taxa foi amplamente divulgada pela imprensa brasileira, mas ainda não anunciamos detalhes oficiais e não existe uma confirmação. Quando estiverem disponíveis, faremos um anúncio oficial. Novamente, reforço, todos os solicitantes de visto devem confiar exclusivamente em fontes oficiais do governo dos Estados Unidos para informações sobre o processo de visto, incluindo especialmente taxas. Quer ver a Copa do Mundo nos EUA? O cônsul americano Kevin Murakami responde as dúvidas mais frequentes dos brasileiros que pretendem tirar ou renovar o visto para ir aos EUA durante a Copa do Mundo de 2026 Kevin Murakami Cônsul-geral dos Estados Unidos em São Paulo: “É agora o momento de pedir o visto para assistir a Copa do Mundo” Por Roberto Araújo O Estádio MetLife, em Nova Jersey vai receber a final da Copa do Mundo de 2026
20 | viajeMais Das encostas do Rio Douro às vinícolas do Alentejo e da Região de Lisboa, conheça as principais rotas de enoturismo de Portugal portugal Os caminhos do Vinho |portugal| Shutterscotck Por tales azzi
viajeMais | 21 Richard Semik_shutterstock O Vale do Rio Douro, no norte de Portugal, foi a primeira região vinícola demarcada do mundo, em 1756 Portugal é um dos países com a mais longa tradição vitivinícola do mundo. Tanto que foi em solo português que nasceu a primeira região de vinhos demarcada, o Vale do Rio Douro, em 1756. Hoje, o país reúne 12 regiões com Indicação de Origem Protegida (IGP) e 31 Denominações de Origem Controlada (DOC). Suas vinhas estendem-se de norte a sul do país, tanto pela costa, que sofre a influência dos ventos do Atlântico, como nas montanhas do interior, cultivadas sobre uma enorme variedade de terroirs. Para o visitante é um enorme prazer viajar pelas inúmeras rotas de vinho que existem em Portugal, cortadas por estradas bucólicas que levam a vilarejos medievais e quintas centenárias. O país floresceu para o enoturismo nas últimas décadas e reinventou antigas propriedades rurais, transformando-as em elegantes hotéis entre vinhedos, onde cada hóspede é convidado a mergulhar na arte do vinho, seja em degustações comentadas, visitas guiadas às adegas ou aulas que revelam os segredos das castas portuguesas.
22 | viajeMais | Portugal Pedro Quartin Graca_Shutterstock Douro: o rio do vinho O Vale do Rio Douro, no norte de Portugal, é a maior e mais conhecida região de enoturismo do país. Ali são produzidos cerca de 22% de toda a produção nacional da bebida, a grande maioria em vinícolas tradicionais que espalham seus vinhedos em terraços geométricos que cobrem as encostas verdes debruçadas sobre o rio. É uma paisagem tão singular que foi declarada Patrimônio Mundial pela Unesco. É na região do Douro que se produz o que mundo inteiro conhece como Vinho do Porto, A pequena Peso de Régua, principal porta de entrada para conhecer a rota do vinho no Vale do Douro A Quinta da Pacheca tem apartamentos instalados em antigos tonéis de vinho produzido desde o século 17, um vinho fortificado com aguardente de uva. O método interrompe o processo de fermentação preservando parte dos açúcares naturais da fruta. O resultado é um vinho encorpado de densidade licorosa, maior teor alcoólico e sabor adocicado. Em 1756, o Marquês de Pombal criou ali a primeira região vinícola demarcada do mundo, o Alto Douro Vinhateiro. A cidade de Peso da Régua, a 115 km do Porto, é a principal porta de entrada para quem quer conhecer as delícias da rota de vinho no Vale do Douro. O próprio caminho até lá, a partir da cidade do Porto seguindo pela EN-222 já rende um lindo passeio. A rodovia cênica, estreita e sinuosa contorna o vale com dezenas de mirantes pelo caminho, perfeitos para pausas demoradas e fotos que nunca farão justiça ao que se vê ao vivo. A cidade também é acessível por trem, a partir da Estação de São Bento, no Porto, uma viagem de duas horas. Peso de Régua foi, durante séculos, o principal ponto logístico do transporte do vinho produzido do Douro. Era dali que os barris seguiam em barcos rabelos rumo às caves de Vila Nova de Gaia, junto à cidade do Porto, na outra margem do rio. Essa herança está viva no Museu do Douro, instalado em um antigo armazém de vinhos, onde é possível Tupungato_Shutterstock
viajeMais | 23 Richard Semik_Shutterstock Richard Semik_Shutterstock Kite Rin_Shutterstock A encantadora cidade de Pinhão, na margem do Douro Museu Nacional Thyssen-Bornemisza, guarda obras do século 8 ao século 20 entender toda a história da região, suas castas e métodos de produção. Um dos passeios mais encantadores que você pode fazer por lá é embarcar na antiga maria-fumaça de 1925 acoplada a vagões de madeira que percorre 40 km até o vilarejo de Tua, com uma parada em Pinhão. Entre junho e outubro, sempre aos sábados, o trem serpenteia lentamente pelas montanhas, deixando para trás vilarejos históricos, quintas seculares e pontes monumentais, enquanto artistas tocam sanfonas e violas em clima de festa. Outras opções para admirar as paisagens do Douro são os passeio fluviais em embarcações que oferecem almoço e paradas em vinícolas. A www.cruzeiros-douro.pt tem diversas opções de roteiros de um dia, que levam de Régua às cidades de Pinhão, Pocinhos, Barca D’Alva e Porto, com preços que variam de 29 a 129 euros por pessoa. A imersão mais completa no universo do vinho, porém, acontece nas experiências oferecidas pelas quintas que abriram suas portas para o enoturismo, transformando as antigas propriedades em refúgios sofisticados. Um dos ícones da região é a Quinta da Pacheca, fundada em 1738. O casarão histórico abriga 25 suítes e um restaurante gourmet, e nos jardins estão dez chalés luxuosos instalados dentro de antigos tonéis de vinho. As degustações acontecem em uma sala envidraçada com vista para os parreirais, onde o visitante prova os rótulos enquanto observa a paisagem mudar de cor com a luz da tarde. Em Pinhão, outras quintas perpetuam a tradição dos vinhos no Douro. A Quinta do Seixo, da Sandeman, oferece visitas guiadas e provas com vista panorâmica do rio. A Quinta do Bomfim, da família inglesa Symington, produz o Vinho do Porto há mais de cem anos e organiza almoços ao ar livre entre as videiras. A Quinta das Carvalhas, uma das maiores propriedades da região, promove visitas acompanhadas pelo engenheiro agrônomo responsável, o carismático Álvaro Martinho, com degustações acompanhadas de queijos e carnes defumadas. Já a Menin Wine Company, na vila de Gouvinhas, representa o novo capítulo da viticultura portuguesa. A marca combina tradição e inovação, com vinhos de perfil sofisticado e uma proposta de enoturismo moderna com atendimento personalizado. É o retrato da nova geração de quintas que unem design, tecnologia e hospitalidade, sem perder o vínculo com a terra e a tradição do Douro. Mister Stock_Shutterstock A maria-fumaça que circula entre Peso de Régua e Tua; com uma parada na estação de trem de Pinhão (ao lado) Os passeios de barco são outra boa maneira de contemplar as belas paisagens do Vale do Douro
24 | viajeMais Do Douro às caves de Vila Nova de Gaia Durante séculos, as pipas carregadas com o vinho do Alto Douro, seguiam em barcos rabelos, embarcações de fundo plano e vela alta, e desciam lentamente o rio. O destino final era sempre o mesmo: as caves de Vila Nova de Gaia, cidade vizinha ao Porto, onde o vinho repousava em grandes tonéis de carvalho antes de seguir para exportação, sobretudo para a Inglaterra. Hoje, os rabelos permanecem ancorados às margens do Douro mas apenas para lembrar do passado e compor um cenário icônico, as proas dos barcos em primeiro plano e, acima delas, o casario empilhado do Porto coroado pela ponte Dom Luís I. As caves de Vila Nova de Gaia seguem abarrotados de toneis e barricas. Quem não viaja uma centena de quilômetros rio acima na direção do Alto Douro pode descobrir ali mesmo os segredos do Vinho do Porto. Entre as casas mais tradicionais, há nomes como a Sandeman, com seus tours teatrais conduzidos por guias vestidos com a capa e o chapéu; a Graham’s, que oferece visitas detalhadas e uma varanda espetacular sobre o Douro; a Taylor’s, uma das mais antigas e prestigiadas; e a Ferreira, a única grande produtora fundada por uma família portuguesa, cuja história está intimamente ligada à figura de Dona Antonia Adelaide Ferreira, a célebre “Ferreirinha”. Fazer um roteiro entre as caves é uma experiência deliciosa — e muito prática também. Os armazéns ficam lado a lado, ligados por ruelas íngremes e calçadas de pedra, que o visitante | Portugal Os antigos barcos rabelos ancorados na margem do Rio Douro em Vila Nova de Gaia A cave de barricas da Taylor’s e a mesa de degustação da Graham’s, em Vila Nova de Gaia Andrei Antipov_Shutterstock Javarman_Shutterstock
viajeMais | 25 percorre a pé entre uma taça e outra. Cada visita revela um pouco mais da alquimia por trás do Vinho do Porto. E você finalmente entende as diferenças entre as duas principais categorias do vinhos: Ruby e Tawny. Os Ruby, de coloração intensa e sabor de fruta fresca, envelhecem pouco tempo em madeira e preservam o vigor da juventude. Já os Tawny passam anos — às vezes décadas — em barricas, adquirindo uma cor âmbar e notas de frutas secas, mel e especiarias. Os rótulos indicam o tempo de envelhecimento: 10, 20, 30 ou 40 anos. Em 2020, Vila Nova de Gaia inaugurou o World of Wine (WOW), um complexo que reinventou o enoturismo português. Instalado em antigos armazéns recuperados, o espaço reúne sete museus, uma escola de vinhos, 12 bares e restaurantes, além de uma vista panorâmica do centro histórico do Porto. A principal atração é o The Wine Experience, museu que conduz o visitante por todas as etapas da produção de vinho, da colheita à degustação, com recursos interativos e sensoriais. Já o Planet Cork celebra a cortiça — orgulho nacional e material das rolhas que selam os vinhos por todo o mundo —, enquanto o The Chocolate Story explora o universo do cacau e o Pink Palace mergulha no divertido mundo do vinho rosé. Entre os restaurantes, vale considerar o Golden Catch, especializado em frutos do mar, ou o T&C, que serve clássicos da culinária portuguesa com toques contemporâneos. Só não esqueça de ficar ali até o pôr do sol para contemplar o casario do Porto e a luz dourada que se reflete nas águas do rio que consagrou o vinho português pelo mundo. Árvores e plantas exóticas do Jardim Botânico Dimbar76_Shutterstock Degustação elegante e com linda vista para o Rio Douro, na Graham’s Abaixo, o complexo Wow, com 12 bares e diversos museus que contam histórias e curiosidades sobre o universo do vinho homydesign_Shutterstock
26 | viajeMais | Portugal Imagem de Nossa Senhora de Guadalupe na Casa do México; e o Museu de San Isidro A Rota do Vinho do Alentejo Vinícolas, vilarejos medievais amuralhados, paisagens tranquilas… O Alentejo à primeira vista é um oceano de calmaria. Entre os portugueses é um destino para descansar, curtir a vida bucólica dos campos e, claro, degustar bons vinhos. Então deixe a pressa em Lisboa quando cruzar a ponte sobre o Rio Tejo rumo à maior província do país, que tem acesso rápido da capital portuguesa. Basta uma hora e meia de carro por estradas planas rasgando vinhedos e plantações de oliveiras e você já está à porta da Rota dos Vinhos do Alentejo, da qual fazem parte cerca de 75 propriedades, a maioria delas abertas para visitação. Pelos caminhos da Rota, placas marrons padronizadas anunciam, em toda parte, que você está no lugar certo. As vinícolas se distribuem em cidades como Borba, Évora, Reguengos de Monsaraz, Estremoz, entre outras, que variam em solos, altitudes e castas, resultando em estilos de vinhos distintos. O enoturismo é levado a sério por ali: provas guiadas, piqueniques entre as vinhas, passeios a cavalo, colheitas participativas e até voo de balão ao amanhecer. A Praça de Giraldo, em Évora, a principal cidade do Alentejo Luc Vi_Shutterstock Richard Semik_Shutterstock
viajeMais | 27 A Plaza de Toros de Las Ventas ainda tem touradas, mas sem a morte do touro Cada vinícola revela uma personalidade distinta, algumas mais intimistas e acolhedoras, outras com arquitetura moderna e traços industriais. Mas todas se integram às paisagens de morros suaves e vinhedos ondulantes, onde despontam castas típicas como Antão Vaz, Trincadeira e Aragonez, além de variedades que se adaptaram com maestria ao clima alentejano, como a elegante Alicante Bouschet. Degustar os vinhos, porém, é muito melhor do que ler sobre eles, então vá conhecer algumas vinícolas. Em Évora, a principal cidade do Alentejo, fundada por romanos há cerca de dois mil anos, está a Cartuxa, vinícola que ficou famosa por produzir o Pêra Manca, que abastecia os toneis das caravelas na viagem do Descobrimento de Pedro Álvares Cabral. Na Cartuxa, o Pêra Manca descansa tranquilo por 18 meses em barricas de carvalho francês em uma cave com música gregoriana tocando ao fundo. A degustação acontece em uma bela mesa montada ao lado das barricas. No verão, um winebar é montado no pátio da vinícola para vender vinhos em taças e petiscos. Acima, o Castelo de Monsaraz; o Alentejo é cheio de vilarejos medievais Centro histórico de Évora tem lojas que vendem artesanatos feitos de cortiça trabantos_Shutterstock tolobalaguer.com_Shutterstock
28 | viajeMais Na Cartuxa, você também pode conhecer e provar o vinho de talha, ou vinho de ânfora, no qual se utiliza grandes potes de cerâmica para a fermentação e o armazenamento da bebida, tal como os romanos faziam antigamente. A Cartuxa preserva essa tradição milenar do Alentejo, que tem uma regra rígida: o dia de São Martinho (11 de novembro) é a data oficial para abrir as talhas e provar o vinho. Em Borba, uma “cidade do mármore” em Portugal, parte do chamado Anticlinal de Estremoz, uma das maiores regiões de extração de mármore do mundo, a Adega de Borba, fundada em 1955, atrai muitos visitantes. A cooperativa reúne centenas de associados com vinhedos que ultrapassam os 2.000 hectares. Sua estrutura aumentou nos últimos anos para incluir uma sala de provas moderna, auditório e espaços para eventos, além de promover visitas guiadas que permitem ao visitante conhecer o processo da vinha à taça. Em Vidigueira, a Quinta do Paral é um exemplo contemporâneo de integração entre viticultura, hotelaria e gastronomia sob princípios de sustentabilidade. Desde sua reestruturação após 2017, sob a direção do empresário Dieter Morszeck e com a participação do enólogo Luís Morgado Leão, a Quinta do Paral oferece tours guiados pelas vinhas e | Portugal Acima, a degustação e a cave de barricas na vinícola Cartuxa; ao lado, as talhas de cerâmica usadas na fabricação do chamado “vinho de talha” Degustação na vinícola Ervideira, em Reguengos de Monsaraz Magdalena Paluchowska_Shutterstock
pela adega, com degustações de até 9 vinhos acompanhados de petiscos regionais como queijos, enchidos e pão alentejano. Na vinícola Ervideria, em Reguengos de Monsaraz, o tour começa com um brinde: o visitante recebe uma taça e é convidado a provar os vinhos diretamente dos tanques de fermentação, ainda jovens e vibrantes. A sala de degustação, ampla e banhada de luz natural, tem paredes de vidro para dar vista aos vinhedos ao redor, um lindo cenário para apreciar os rótulos da casa. Entre eles está o Conde D’Ervideira, apelidado de “Vinho D’água”, envelhecido por oito meses no fundo de um lago a 15 metros de profundidade. Luiz Ervideira, o proprietário, é um estudioso dos chamados “vinhos de naufrágio”. “A pressão da água cria condições que alteram a textura e o aroma do vinho”, explica. Já em Estremoz, a João Portugal Ramos tem porte industrial mas trata o vinho de forma quase artesanal: a colheita é feita à mão e as uvas são fermentadas em lagares de mármore, onde os funcionários ainda pisam suavemente as uvas. O visitante pode assistir a esse ritual da sala envidraçada de degustação, ou até vestir uma roupa de borracha para entrar nos lagares e ajudar a pisa de uvas. No fim da visita, basta provar o Stremus, rótulo mais premiado da casa, para entender que, no Alentejo, os vinhos são tratados como se fossem obras de arte. Um balão sobre os vinhedos Para quem deseja aliar vinhos e voo, a operadora Up Alentejo oferece passeios de balão de ar quente com voos compartilhados (4 a 16 passageiros) ou privados, com rota planejada para sobrevoar vinhedos, paisagens rurais e áreas próximas à barragem de Alqueva. Ao amanhecer, os balões se elevam silenciosamente enquanto o sol nasce, e os passageiros contemplam colinas suaves, fileiras de parreiras e plantações de oliveiras. Ao final do voo, há um brinde com espumante para celebrar a experiência. Mais informações em www.upalentejo.pt Na João Portugal Ramos, em Estremoz, a uva é fermentada em lagares de mármore e a pisa acontece artesanalmente Paulo Rocha_Shutterstock
30 | viajeMais | Portugal Os vinhos da Região de Lisboa e Setúbal nm nm nm nm nm nm nm m nm nm nm nm nm m nm nm nm nm nm Piquenique entre os parreirais na Quinta do Gradil, em Cadaval A Quinta do Gradil também oferece um brunch com vinhos da casa e vista para a Serra do Montejunto Lisboa não é só capital, fado e mar, também é destino para quem quer uma escapada com cheiro de vinha, taça na mão e muitas histórias de uma longa tradição vitivinícola. A região produtora se estende de Lisboa até Pombal, ao norte, por cerca de 160 km de costa. As vinhas se espalham tanto próximas ao Atlântico — onde recebem a brisa fresca e os ventos salgados do mar, quanto no interior, mais quente e seco. A altitude varia entre 50 e 200 metros de altitude, aproveitando diferentes exposições solares e variações de temperatura. Essa combinação de relevos e microclimas é o que dá à Região de Lisboa uma enorme diversidade com 9 DOCs (Denominações de Origem Controlada) distintas, como Bucelas, Colares, Carcavelos, Alenquer, Torres Vedras, Arruda e Óbidos. Assim , o enoturista tem muitas opções de passeios nos arredores da cidade. Basta pegar o carro ou um transfer, e, em menos de uma hora, está caminhando entre as parreiras. A Quinta do Gradil, de 1942, é uma das mais antigas da Região de Lisboa. A propriedade, no
32 | viajeMais nm nm nm nm nm nm nm m nm nm nm nm nm m nm nm nm nm nm passado, era local de caça dos reis portugueses e a sua sede elegante está instalada em um belo casarão histórico amarelo. A visita passa pela adega, onde se conhecem os segredos da vinificação, e termina na charmosa sala de provas, onde os visitantes podem degustar os principais rótulos. Os mais aventureiros podem escolher passeios a cavalo ou de bicicleta por trilhas entre as colinas, além do birdwatching. A sugestão é reservar o Brunch da Quinta, uma refeição em grande estilo que combina café da manhã e almoço em harmonia com os vinhos da casa diante da vista para a Serra de Montejunto. Outro momento especial é o Piquenique nos Vinhedos — uma das experiências mais procuradas. A equipe prepara uma cesta recheada com produtos tradicionais, queijos, pães, frutas e embutidos, acompanhados pelos vinhos da Quinta do Gradil. Depois, basta escolher um cantinho sob a sombra das árvores, estender a manta e aproveitar. Seguindo para Alenquer, vale incluir no roteiro a Quinta do Monte d’Oiro, vinícola reconhecida desde o século 17. Na quinta, o visitante entende como o clima e o solo moldam o perfil de cada casta. Sua sala de provas é um espaço acolhedor com vista para a adega das barricas, onde os tintos repousam entre paredes de pedra e teto de madeira vigiados por esculturas que simbolizam tecnologia e arte, os dois pilares que orientam a filosofia da Quinta do Monte d’Oiro. A experiência termina com uma degustação guiada de cinco vinhos, acompanhados por uma deliciosa tábua de queijos e enchidos regionais. O Moscatel de Setúbal Nas redondezas de Lisboa, Setúbal também aparece como um forte polo vinícola. Foi dessa cidade costeira, erguida em uma península, a 50 km da capital, que saíram alguns dos rótulos mais emblemáticos de Portugal, como o Periquita, o primeiro vinho engarrafado do país, criado em 1850 pela casa José Maria da Fonseca. Mas se o Periquita é o rosto mais conhecido, o símbolo maior da região é o Moscatel de Setúbal, vinho fortificado que carrega o perfume intenso das uvas cultivadas nas encostas ensolaradas da Serra da Arrábida. Produzido com a uva Moscatel — e, em versões ainda mais raras, com a Moscatel Roxo —, o O Moscatel de Setubal, vinho fortificado que é o ícone da região Casarão de arquitetura portuguesa tradicional e a cave de barricas da vinícola José Maria da Fonseca, no vilarejo do Azeitão, em Setubal | Portugal
34 | viajeMais A cave decorada com antigos paineis de azulejo e a loja da Quinta da Bacalhôa, no vilarejo do Azeitão vinho passa por um processo que interrompe a fermentação com aguardente vínica para preservar a doçura natural das uvas. Depois, as cascas permanecem mergulhadas por meses no mosto, liberando aromas potentes e sabores profundos. Envelhecido lentamente em tonéis de carvalho, o Moscatel ganha corpo e complexidade com o tempo. As principais vinícolas estão concentradas no distrito de Azeitão, a 13 km do centro de Setúbal. A mais icônica é a José Maria da Fonseca, fundada em 1834, instalada em um elegante solar que combina arquitetura clássica portuguesa e atmosfera acolhedora. Além das 3 milhões de garrafas do Periquita ao ano, a bodega faz rótulos mais sofisticados. A grande estrela é o Apothéose, com mais de 100 anos de envelhecimento. A vinícola oferece visitas com degustação de três provas e um restaurante que celebra os sabores locais: ostras frescas, choco frito (um parente da lula), e o irresistível queijo de Azeitão, cremoso, para ser degustado à colher com geleia ou uvas. Outra estrela dessa rota é a Quinta da Bacalhôa, onde o vinho divide espaço com a arte. O imponente palácio do século 15, restaurado com esmero, abriga uma coleção eclética que vai de azulejos tradicionais portugueses a esculturas contemporâneas espalhadas pelos jardins e salões. As visitas incluem o passeio pelos vinhedos, a adega moderna e, claro, a aguardada prova dos vinhos Bacalhôa — com destaque para os Moscatéis, que expressam toda a riqueza aromática e a identidade do terroir de Setúbal. Basta então erguer a taça e fazer um brinde para celebrar o prazer de percorrer as rotas do vinho em Portugal. | Portugal GTW _Shutterstock Mariangela Cruz _Shutterstock
36 | viajeMais Fundada em 1955, a cooperativa Adega de Borba foi pioneira no Alentejo e se tornou referência pelo modo como assegurou vinhos de qualidade promovendo práticas sustentáveis em todas as etapas da produção, da vinha à garrafa. A cooperativa reúne atualmente 230 viticultores associados, que cultivam cerca de 2.220 hectares de vinha distribuídos por 75% de castas tintas e 25% de castas brancas. Um dos maiores compromissos da Adega de Borba é produzir vinhos que sejam comercialmente viáveis e, ao mesmo tempo, preservem os recursos ambientais. Telhados verdes nas instalações das vinícolas, cubas de fermentação mais eficientes que reduzem o consumo energético, aposta na energia solar e sistemas de reaproveitamento de água são algumas das práticas que tem sido sistematicamente implementadas. A Adega de Borba reúne 230 viticultores de cidades como Estremoz, Terrugem, Orada, Vila Viçosa, Rio de Moinhos e Alandroal Borba é a segunda maior subregião vitivinícola do Alentejo, ligando várias vilas e cidades como Estremoz, Terrugem, Orada, Vila Viçosa, Rio de Moinhos e Alandroal. Todas elas distinguem-se por solos únicos e depósitos de mármore. Tal característica, somada ao microclima da região, que está em altitude média de 400 metros, a pluviosidade acima da média do Alentejo Central e a grande tradição de cultivo de vários séculos, com conhecimentos adquiridos ao longo de gerações, garantiram um terroir único e o caráter muito especial dos vinhos. A Adega de Borba é aberta à visitação e tem vários espaços dedicados ao enoturismo. Dispõe de uma ampla sala de provas, auditório com capacidade para 60 pessoas e uma sala para 150 pessoas, dedicada a eventos e cursos. Para saber mais: https://adegaborba.pt Adega de Borba Cooperativa na região do Alentejo reúne 230 viticultores e estimula a adoção de práticas sustentáveis da vinha à garrafa Fotos: Divulgação |enoturismo| Sede da Adega de Borba, no Alentejo, é aberta ao enoturismo e oferece visitas guiadas e degustações
38 | viajeMais Nosso repórter alugou uma bike e, com excelente companhia e a alma cheia de aventura, saiu para explorar a mais bela região do sul da França. Veja como foi o dia a dia dessa linda jornada. Provença de bike sob o sol da Por mário fittipaldi texto e fotos |frança| Fabiana Fititipaldi e Mário Fittipaldi em Aix-en-Provence
viajeMais | 39 Provença é um sonho. As minhas referências sobre esse lugar encantador no sul da França, famoso pelas cidadelas medievais, monumentos históricos e campos bucólicos, eram principalmente registros artísticos, como cenas de cinema, fotografias, textos literários e, principalmente, a luz dourada e intensa que Van Gogh conseguiu traduzir em suas telas. Minha expectativa era viver uma experiência sensorial — a temperatura amena, os sabores, os aromas e as nuances das cores… Para conferir tudo isso bem de perto, ouvindo o assobio do vento e sentindo na pele a chegada da primavera, escolhi o meio de transporte que mais me dá alegria (já que não tenho uma Ferrari): a bicicleta. Para curtir ainda mais essa jornada, contei com a companheira perfeita para a aventura: minha sobrinha Fabiana Fittipaldi, apaixonada por viagens, ciclista de ocasião e determinada a encarar qualquer desafio. Bonnieux, um refúgio chique dos franceses no coração do Luberon
40 | viajeMais | Provença
viajeMais | 41 Gordes, incrustada no alto de uma colina, é considerada uma das vilas históricas mais lindas da França Sobre duas rodas, Fabiana e eu tivemos liberdade para fazer tudo em sintonia com o tempo provençal, que parece seguir uma toada suave, ditada pelos ciclos da natureza. Respiramos a paisagem, seguimos rotas previstas e imprevistas, que, por vezes, nos levaram a caminhos de terra mal-cuidados e cheios de mato, mas também a estradas cênicas e maravilhosas, que escalam encostas e serpenteiam entre as florestas e os campos cultivados. Claro que a Provença revelou também seus poderes em nossos músculos, ossos e articulações… mas isso faz parte da experiência. É bom explicar que não sou nenhum esportista e já passei dos sessenta. Fabiana, mais jovem e bem-preparada fisicamente, tem muito ímpeto, mas também está longe de um perfil olímpico. Ainda assim, acredite: com um pouco de condicionamento físico e um planejamento cuidadoso, é possível encarar longos percursos de estrada, principalmente com uma bicicleta elétrica tipo touring, com pedal assistido por motor — que, cada vez mais, motiva cicloturistas a viajar por toda a Europa. O mesmo roteiro também pode ser feito de carro, que permite a liberdade de visitar uma a uma as pitorescas vilas e cidades provençais e curtir as paisagens rurais deste roteiro. Ou ainda de trem, a partir de Paris ou Marselha, parando nas principais cidades —Aix-en-Provence, Avignon, Arles e Nîmes, entre outras — e, eventualmente, fazendo excursões tipo bate-volta, que podem até ser de bicicleta, facilmente alugáveis por lá, a cidades, vinícolas e outras atrações. Qualquer que seja o meio de transporte, na Provença o que vale é apurar os sentidos e descobrir novas emoções a cada curva.
42 | viajeMais O centrinho de Aix-en-Provence é ponto de partida desse roteiro pelo sul da França | Provença ONDE TUDO COMEÇOU: AIX-EN-PROVENCE Iniciamos a jornada desembarcando no Aeroporto de Marselha e seguindo para Aix-en-Provence, ou simplesmente Provença, em português. É uma das belas cidades da região que tem o mesmo nome. O motivo da escolha foi a proximidade com o aeroporto, além de ser uma cidade animada e com perfil universitário. Uma curiosidade: o nome deriva do latim provincia — as legiões romanas comandadas por Caius Sextius Calvinus conquistaram a região e a declararam-“Provincia Romana”, depois simplificado para Provence, em francês. Calvinus também fundou a capital, Acquae Sextiae, a atual Aix-en-Provence, em 122 a.C. O melhor ponto para iniciar o passeio pela cidade é a Fontaine de la Rotonde e seguir pela Cours Mirabeau, uma avenida larga, ladeada por enormes plátanos e por palacetes construídos no século 17,
viajeMais | 43 A Igreja Sain-Jean de Malte; e (no alto) um mercado de rua conhecido como Grand Marché os hôtels particuliers, com fachadas de pedra clara e portais imponentes. Com seus restaurantes, cafés e lojas de grife, essa avenida é considerada uma das mais bonitas da França. É nela e nas ruas nos arredores que rola o charmoso Mercado Provençal de Aix, o Grand Marché, uma famosa feira que acontece aos sábados pela manhã e que se estende até às 13 horas, atraindo tanto moradores locais como de cidades vizinhas e, claro, muitos turistas. Fabiana e eu nos deliciamos experimentando roupas e conferindo artesanatos, objetos de cerâmica e antiguidades, além de provar frutas e queijos de produtores locais. Aliás, os mercados de rua estão entre as atrações mais tradicionais e deliciosas da Provença – vale investigar os dias de feira em cada ponto de parada para descobrir segredos regionais. Para quem viaja de bicicleta, os mercados e feiras são também uma opção interessante para abastecer a mochila com frutas e outras delícias frescas. Aix é a cidade natal de Paul Cézanne, um dos expoentes da arte moderna. Você pode visitar tanto a sua casa natal, na Rue de l’Opera, 28, como a casa de campo da família, a Bastide du Jas de Bouffan, onde ele manteve um ateliê, e o Atelier des Lauves, onde estão os modelos de suas últimas naturezas mortas, seu mobiliário e seu material de trabalho. As ruas estreitas do centro histórico guardam ainda os palacetes do Quartier Mazarin e a Fontaine des Quatre Dauphins (Fonte dos Quatro Golfinhos), na Rue Cardinale com a Rue du 4 Septembre. Ainda na Rue Cardinale com a Rue d’Italie, fica a Igreja de Saint-Jean de Malte (www.parois sesaintjeandemalte.fr), uma construção gótica do século 13, uma joia praticamente “escondida” e que guarda tesouros inestimáveis como vitrais e pinturas do século 18 e a obra A Crucificação, de Eugène Delacroix, de 1820. Bem ao lado, na praça defronte à igreja, na Rue Cardinale, fica o Museu Granet, com obras de vários artistas e, claro, trabalhos de Cézanne. Aix-en-Provence foi fundada por romanos com o nome de Acquae Sextiae em 122 a.C.
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