Locaweb Edição 97

preços dinâmicos 53 REVISTA LOCAWEB A empresa pode aderir a um gesto de boa-fé, informando que o valor daquele produto ou serviço pode variar de acordo com o dia, a hora e a demanda E-mail inteligente As empresas que trabalham com campanhas de e-mail podem usar ferramentas compatíveis com as técnicas de variação de preços. O e-mail inteligente da All in (unidade de negócio da Locaweb), por exemplo, garante que as informações recebidas pelo consumidor fiquem sempre atualizadas, mesmo após o envio das campanhas. “O serviço tem base e é sensível ao XML do cliente. Portanto, qualquer alteração de preço que um produto sofra no XML refletirá no e-mail inteligente”, conta Jaqueline de Assis, coordenadora de estratégia e operações da All in. Ela destaca que o serviço tambémmuda automaticamente possíveis alterações nas descrições dos produtos, e que é preciso ter o remarketing configurado para usá-lo. “É possível usar produtos default (a empresa escolhe os itens que irão aparecer na vitrine) ou de acordo com o comportamento do consumidor no site (navegação)”, completa. A legislação acompanha a tecnologia? É importante deixar claro que as empresas que apostam em programas que usam algoritmos para analisar perfis de usuários individualmente e oferecer diferentes valores a cada consumidor podem despertar a curiosidade de seus próprios clientes. “Ninguém gosta de saber que pagou um preço maior pelo produto. Uma forma de lidar com essa situação é olhar constantemente para o preço do concorrente e oferecer algo a mais para o cliente, em forma de descontos ou benefícios”, recomenda Eder. Guilherme Farid, chefe de gabinete do Procon-SP, acredita que ser transparente é uma das melhores formas de evitar conflitos com os clientes por causa de estratégias de preços dinâmicos. “A empresa pode aderir a um gesto de boa-fé, informando que o valor daquele produto ou serviço pode variar de acordo com o dia, a hora e a demanda. Hoje, isso não é feito, mas é desejável”, explica. “Atualmente, não existe uma regulamentação específica sobre o tema. A observação que precisa ser feita é que, por trás desse algoritmo que especifica um preço a cada consumidor, não pode existir uma discriminante de caráter pessoal, seja por gênero, profissão, sexo, idade, seja por outros fatores. Se houver, por qualquer razão que seja, teremos uma infração ao Código de Defesa do Consumidor”, destaca Guilherme. O especialista explica ainda que, se as condições da oferta forem claras, a estratégia de oscilação de preços não é considerada uma prática abusiva. Portanto, é preciso ficar atento e indicar explicitamente as informações do produto, principalmente fatores como valor, formas de pagamento e possíveis descontos. “Hoje, essa parte de tecnologia que mede os preços dinâmicos é muito pouco explorada. Temos observado e realizado estudos para concluir de uma forma definitiva sobre a licitude ou não. A defesa do consumidor deve andar junto com o desenvolvimento tecnológico”, diz o chefe de gabinete do Procon-SP. Ele acredita que, em breve, teremos regulamentações, permissões e proibições sobre o tema. Para o empreendedor, a dica é ficar de olho nas possíveis atualizações e aproveitar os benefícios das estratégias de preços dinâmicos para vender cada vez mais. Guilherme Farid, chefe de gabinete do Procon-SP

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