ORQUÍDEAS NO HÁBITAT
Orquídeas da
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S
empre que posso, faço trilhas pelas matas de Minas Gerais à procura
de orquídeas floridas. Outrora, já foi mais comum vê-las. Atualmente,
acredito que, pela expansão das florestas de eucalipto e das áreas de
pasto, é raro encontrá-las em seu hábitat.
Nos cerrados, entre maio e junho,
Cattleya walkeriana
(1)
florescem sobre galhos de árvores bem iluminados e ventilados. Suas flores
não têm formas tão perfeitas quanto às vistas em exposições. Mas o perfume
que exalam pode ser ainda mais forte e chama a atenção, principalmente
pela manhã. Na mesma época, a
Cattleya cernua
(2)
não passa despercebida
pela cor vermelho-sangue de suas flores. Sábia, ela cresce fixada em troncos
recobertos por musgos que ajudam a manter suas raízes úmidas.
Já a
Cattleya bicolor
(3)
, embora seja epífita,
é vista em matas de galeria
– próximas a rios e lagos –, crescendo sobre detritos de folhas e galhos que
caem no solo e chegam a formar uma camada de cerca de 50 cm de espessura.
Ao andar, é preciso ter cuidado para não pisar em uma delas. Sem flores, essa
orquídea passa praticamente despercebida.
TEXTO E FOTOS
SAULO F R EI TAS
Um
passeio
pelos
biomas
mineiros
Na Natureza, as flores da
Cattleya walkeriana
não têm
formas tão simétricas quanto
as das exposições
Nos cerrados ou nas matas de
galeria,
Cattleya
formam belas
touceiras em árvores ou sobre
detritos que caemno solo