Técnica&Prática
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Outro autorretrato da
fotógrafa com o uso de
múltipla exposição
descoberta, a partir de seu Flickr,
para participar como atriz no filme
brasileiro
Os Famosos e os
Duendes da Morte
. No longa-
metragem, foram usadas muitas
das fotos dela e durante as
gravações Tuane também produziu
um vasto material. “Acho que foi a
partir do momento em que me
escolheram para atuar no filme,
muito por causa das minhas fotos
publicadas na internet, que passei
a acreditar mais em mim, em
confiar mais nesse meu instinto
fotográfico”, relata.
Após essa experiência e com o
passar dos anos, Tuane venceu a
timidez e ampliou seu olhar,
registrando as pessoas ao redor.
Na série “Criaturas”, ela retrata
com pureza muito do universo
particular e seus amigos. Trata-se,
ou imaginava a partir do real.
Segundo a fotógrafa,
infelizmente, Lajeado é uma cidade
pequena “querendo ser cidade
grande” no sentido de ter cada vez
mais concreto e menos árvores,
sem muita atenção para o âmbito
cultural. No entanto, a vida dela foi
sempre muito próxima da
natureza, pois nos arredores há
lugares ainda intocados. Nas
imagens que produz essa relação
com a natureza parece muito
íntima. Fica clara sua visão da
natureza como algo misterioso,
encantador, surpreendente, mágico
e delicado. “Além desses aspectos,
a natureza é essencial para a
existência humana e estamos nos
afastando cada vez mais dela”, diz.
O trabalho fotográfico de Tuane
despontou depois que ela foi
segundo ela, de uma coleção de
bons instantes, de registros de
pessoas que a encantam.
CAMINHO INVERSO
Tuane Eggers começou com
câmeras digitais, mas descobriu o
universo analógico e nunca mais o
largou. Atualmente, usa apenas
câmeras analógicas (uma Canon
EOS 300, uma Zenit 122 e uma
Hasselblad). Muitas vezes, com
antigos filtros de efeitos, cada vez
mais difíceis de encontrar. "Diante
da banalização de imagens
digitais, a fotografia analógica
passou a ter outro significado. A