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RevistaMundo
N
os atuais tempos do politicamente
correto, é raro ver personagens
cometerem atos extremos. Mas
nem sempre foi assim nos gibis. Na Era
de Ouro (1938 a 1945), os super-heróis
não pensavam duas vezes antes de matar
seus inimigos. Pode parecer estranho,
mas aqueles gibis eram apenas reflexo
de sua época, pois muitos quadrinhistas
daqueles tempos cresceram lendo os pulps,
caracterizados por suas histórias de crime e
de ficção repletas de violência.
Nomes como Jerry Siegel e Joe Shuster –
criadores do
Superman
– e Bob Kane e Bill Finger –
autores do Batman – transportaram essa carga para
suas HQs. Eram anos em que a violência marcava
os Estados Unidos, emmeio a uma ferrenha caça
aos gângsteres. Desse modo, as tramas traziam
cenas que hoje seriam absurdas, como a de
Superman
2 (1939), em que o Homem de Aço deixa
um vilão morrer intoxicado e comenta: “Um abutre
a menos no mundo”. O próprio Batman, contrário
a qualquer forma de assassinato, descarrega uma
metralhadora contra o caminhão dirigido por um
criminoso em
Batman
1 (1940).
Outro fator relevante para o excesso de
violência nos quadrinhos foi a 2
a
Guerra Mundial,
que os Estados Unidos observava de longe, mas
já traçava planos para entrar no conflito. Com
isso, era comum heróis como Capitão América e
seu parceiro-mirim Bucky metralharem nazistas
e japoneses. Em
Captain America 2
(1941), o
Sentinela da Liberdade mata um soldado ao
arremessar uma granada contra ele e na capa
da edição 37 (1944), ele e Bucky aparecem
incinerando e arremessando bombas contra os
inimigos (imagem no alto).
Tramas assim geraram críticas como a do
jornal
Chicago Daily News
que, em 1940, publicou a
primeira nota contrária ao excesso de violência nos
gibis. Outros jornais e revistas fizeram o mesmo,
até que, em 1941, a DC criou um conselho editorial
para reduzir cenas brutais em suas publicações.
Com o tempo, aqueles
atos extremos foram
diminuindo até serem
totalmente abandonados e
esquecidos. Afinal, heróis
não matam, certo?
baú
dosheróis
Em suas primeiras HQs, o Superman não
tinha problemas em matar seus inimigos
Justiça
assassina
Nerds do sul
O
roteirista britânico Peter Milligan
será uma das atrações da ComicCON
RS, que terá sua 5
a
edição realizada em 22
e 23 de agosto. Autor de séries de sucesso
como
Hellblazer
e
X-Táticos
, Milligan
produz o atual título da Vertigo,
The Names
,
que divide com o artista argentino Leandro
Fernandez e a colorista brasileira Cris
Peter, também confirmados para o evento.
“Nosso público sempre pediu uma
participação maior de roteiristas e Milligan
provou ser a escolha perfeita devido a
sua passagempor títulos aclamados no
Brasil”, explicou o organizador Émerson
Vasconcelos à
Mundo
. “Também
aproveitamos para realizar umpainel sobre
The Names
, já que toda a equipe criativa
estará reunida”, completou.
Autores de todo o país também
garantiram sua participação na ComicCON
RS, como os gêmeos Gabriel Bá e Fábio
Moon, que divulgarão o álbum
Dois
Irmãos
e o casal Paulo Crumbim e Cristina
Eiko, autores da recente graphic novel
Penadinho: Vida
. Entre os autores do sul
estarão Daniel Hdr, desenhista de HQs da
Marvel e da DC e o chargista Santiago.
Comprevisão de receber ao menos
4 mil visitantes, a ComicCON RS deixa
Porto Alegre e migra para a cidade vizinha
Canoas, onde acontecerá na Universidade
Luterana do Brasil (Ulbra), que oferece
um espaço bem amplo. Embora seja fora
da capital, o novo endereço é próximo ao
metrô e conta comum estacionamento
amplo, algo que faltou nas edições
anteriores e dificultou o acesso de
visitantes. O ingresso para cada dia
custa R$ 28. Mais informações emwww.
comicconrs.com.
(Gustavo Vicola)
Por nikki nixon
Sim, o Batman deixou
esse cara morrer
Bá, tchê! O
evento conta até
com pôsteres
localizados em
Canoas