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REVISTA W

ENTREVISTA

e-commerce, já está acordado entre

a loja virtual e a O Polen. Em resumo:

parte do valor pago pelo produto é

revertido em doação.

W:

A O Polen tem parceria

com grandes empresas, como

Submarino, Nike e Lenovo. Como foi

a abordagem com essas marcas?

RC:

Extremamente positiva, o que

nos deixou surpresos e felizes. Cada

vez mais empresas têm consciência de

seu papel na sociedade e da demanda

de responsabilidade social que vem

crescendo no consumidor. Ao saber da

oportunidade de ajudar ao próximo

atrelando suas imagens a causas sociais,

queremmuito participar.

W:

Como as ONGs

veem a iniciativa?

RC:

Com a nossa experiência no

terceiro setor, víamos que as ONGs

perdiam muito tempo captando

recursos em vez de se dedicar a

suas causas. É por isso que hoje essas

instituições nos enxergam como um

grande parceiro e facilitador. Porque

além de sermos um meio simples de

captação de recursos, ainda temos um

Fernando Ott e Renata

Chemin: O Polen

intermedia doações a

ONGs via e-commerces

relacionamento muito próximo para

apoiá-las na comunicação, facilitar

contatos e fazer parcerias. [Nota da

Revista W

: a O Polen fica com cerca

de 30% do valor destinado às ONGs

pelos e-commerces parceiros. A ideia,

de acordo com a startup, é diminuir o

valor com o tempo.]

W:

Por que o nome “O Polen”?

RC:

Na natureza, tudo acontece em

conjunto. A polinização só ocorre

porque diversos insetos e elementos

trabalham juntos. É nisso que

acreditamos. A verdadeira mudança

e o impacto social só acontecem se

unirmos vários setores da sociedade

com esse mesmo objetivo.

W:

Como surgiu a startup?

RC:

O Fernando sempre foi

empreendedor. Depois de muito

tempo atuando em e-commerce, ele

percebeu a necessidade de realizar

trabalhos com responsabilidade

social por parte das lojas virtuais. Ao

mesmo tempo, por meio de contatos

com o terceiro setor, percebia que

ONGs tinham grande dificuldade em

arrecadar recursos.

Com isso na cabeça, surgiu a

primeira ideia de startup: o PagSocial.

Era um meio de pagamento que dividia

sua taxa com ONGs. Funcionava como

um PagSeguro, mas social. No entanto,

a iniciativa foi impedida por um marco

regulatório governamental que nos

obrigou a mudar o negócio. Após

conversarmos com os mentores das

aceleradoras, em menos de dois dias

tínhamos um novo projeto. Daí nasceu

a O Polen.

W:

Foi difícil tirar o projeto

do papel e conquistar a

confiança do usuário?

RC:

Seria mentira se dissesse que

foi fácil. Tivemos que abrir mão

de bastante coisa para conseguir

desenvolver o negócio e chegar a

esse ponto de crescimento. Temos

consciência de que não estamos

nem na metade do caminho ainda.

Depois de adaptarmos o modelo de

negócio para chegar até a O Polen, o

desenvolvimento do produto fluiu muito

mais, mas é sempre um desafio. No

início, tivemos resistência por parte dos

usuários, pois era difícil de acreditar

que uma ferramenta tão simples

fosse mesmo verdadeira, mas hoje já

superamos isso com 750 usuários e a

aprovação de 90% deles.

W:

Como fazer o público confiar

na startup?

RC:

Transparência, sempre. Tanto

com o público quanto com ONGs e

empresas. Quando se trabalha com

impacto social, é muito importante

RENATA CHEMIN