

cruzando o mar. Em Peroba, o
maior atrativo são os recifes,
situados a 500 metros da areia.
E não pense em ir embora de
lá sem saborear o Lagostinho à
Aroeira da Pousada Barra Velha,
tendo como testemunhas
apenas coqueiros e nuanças do
mar – que não deixam nada a
perder para o Caribe.
Se você pertence à escassa
lista de mortais que não
curtem praia, saiba que a
Costa dos Corais também
respira história, cultura, luxo e
muita aventura. Dá para fazer
passeios de caiaque entre os
manguezais do Rio Maragogi,
caminhar emmeio à Mata
Atlântica, sobrevoar a região
de ultraleve, tomar banho de
cachoeira, visitar uma fazenda
de ostras, perder-se no tempo
emmeio às ruínas do mosteiro
de São Bento ou seguir de
bicicleta até a histórica
Fazenda Marrecas, que
mantém preservado o casarão
da antiga senzala, com direito
a degustação de cachaças do
alambique, passeio a cavalo ou
pesca no lago. Ufa!
Japaratinga, por sua
vez, é um sossego só. Por
muito tempo, permaneceu
protegida da exploração
turística desenfreada graças
a um desvio da estrada logo
após Barra de Santo Antônio.
Bugues partem de Maragogi
rumo à região, com direito a
parada para fotos no mirante
de Japaratinga, visita à casa da
Irmã Marlene para comprar
bolinhos de goma (veja o
quadro acima) e banho ao pôr
do sol na Praia do Salgado, uma
das mais selvagens da região. O
visual é demais e convida para
um bommergulho.
litoral, seja rumo ao norte, até
a pacata praia de Peroba, seja
ao sul, até as belas praias da
vizinha Japaratinga. Ambos
os percursos custam cerca
de R$ 240 (que podem ser
divididos em até quatro
pessoas) e são realizados em
veículos da Associação de
Bugueiros de Maragogi.
Em direção a Pernambuco
ficam as fotogênicas praias
de Burgalhau, Barra Grande,
Xaréu, Ponta do Mangue
e Peroba, que guardam os
ares rústicos das vilas de
pescadores, com casinhas
simples e jangadas coloridas
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Com o casarão da antiga
senzala preservado,
a Fazenda
Marrecas garante o
tour
histórico na Costa dos Corais
BOLINHO DE GOMA
É na casa de Marlene de Lima Santos, no povoado simples de São
Bento, que se produz a maior especialidade de Maragogi: o bolinho
de goma, espécie de sequilho cuja origem remonta à época da
invasão holandesa na região. Famílias inteiras se dedicam à produção
da iguaria – geralmente recortada em forma de concha –, mas
nenhuma é tão tradicional na feitura do biscoito quanto Marlene,
que faz a especialidade há 30 anos e não esconde a receita: “A gente
rala o coco, põe na prensa, coloca em uma bacia com açúcar, sal,
margarina, gema de ovo e goma da tapioca (polvilho doce)”. Basta
entrar em sua casa para ser cativado pelo aroma dos sequilhos
recém-saídos do forno, ummais gostoso que o outro.
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Geralmente recortado em formato de concha,
espécie de sequilho
traz na receita coco,
açúcar, sal, margarina, gema de ovo e goma da
tapioca. E ninguém faz igual à Dona Marlene
Férias no Brasil
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Fotos: Divulgação / 1 Rogerio Maranhão / 2 Jannyne Barbosa