Agosto 2015
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Simonettirecordaquandofoiestudar
na Imagem e Ação: “Tinha apenas
16anoseoClaudioFeijódeixavaeu
pagar os cursos emtroca de distri-
buircartazespelacidadee,trabalhar
no laboratóriodiluindoosrevelado-
res de filmes Dektol e D76. Ele foi
umadaspessoasmais importantes
na minha vida e creio que também
na de outras pessoas”. Simonetti
depoispassariaa integrar aequipe
da icônica Agência F4, levado pela
sua professora na escola, a reno-
mada fotógrafa Nair Benedicto.
Hoje com50 anos, o fotógrafo e
curador paulista Eder Chiodetto
lembraque tinha cercade23quan-
do foi para a mesma escola fazer
um curso de fotografia básico e
aprenderarevelarecopiar imagens
empretoebranco. “OClaudiosem-
pre demonstrou grande sensibili-
dadeparaperceber nosalunosain-
da iniciantes aqueles que tinham
algum fogo interno e poderiam se
desenvolver na fotografia. A partir
de um gesto simples, mas extre-
mamente generoso, elogiando um
fotograma que fiz, me fez ter mais
atenção com as possibilidades de
expressão na fotografia”, declara.
RUPTURA
Nos anos de 1970, ao trazer o
pensamentoeareflexãoparaa téc-
nica fotográfica, Feijó fez parte de
um núcleo, juntamente com a En-
foco, querompeucomosarquétipos
estabelecidosatéentãopelosmais
tradicionais fotoclubes. Nessa pe-
dagogia fotográfica, era mais im-
portanteveras imagensproduzidas
pelosalunos, aindaquecommuitos
defeitos, doqueosgrandesmestres
cultuados, o que de certa forma fez
surgir trabalhos de vanguarda. Ele
cita o caso de Amilcar Packer, chi-
leno radicadoemSãoPaulo, que ti-
nhaapenas15anoserecortavane-
gativos montando novas imagens.
Os anos de 1970 e 1980, apesar
da ausência da internet, eram de
umacumplicidademaior entrepro-
Acima e ao lado, obras de Claudio
Feijó, que passou a se dedicar
mais à fotografia a partir de 1988
Fotos: Claudio Feijó