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VIAJEMAIS
LUXO
Durante o dia,
sobra tempo
para aproveitar
as atrações de
Tromsø, como
a moderna
Ishavskatedralen,
também chamada
Catedral
do Norte. A
arquitetura do
templo luterano
é inspirada em
icebergs
e também
na dança da
aurora boreal
até lá pode visitar o Universitetsmuseet i Tromsø,
museu que conta a história do fenômeno, o que ele
representou para povos antigos (alguns exemplos:
crianças jogando bola no céu, uma ponte para o
mundo dos deuses e uma raposa flamejante em
caça) e por que acontece na região (veja o quadro
“O que é a aurora boreal”, na página 36). Também
se pode conhecer a moderníssima Ishavskate-
dralen ou Catedral do Ártico, igreja luterana com
arquitetura inspirada em
icebergs
, nas estruturas
de madeiras em que o bacalhau é colocado para
secar e, como não poderia faltar, na aurora boreal.
Os amplos vitrais em formato triangular foram
projetados, inclusive, para permitir que a luz do
fenômeno invada o interior do templo.
É quando a noite cai, no entanto, que os ânimos
se exaltam. Nos hotéis, ninguém tira os olhos dos
apps
e
sites
que indicam se haverá atividade naquele dia
e se o clima estará bom para ver as luzes do norte.
Basicamente, o céu tem de estar limpo, sem nuvens.
Neve e chuva são maus sinais. E, alheias a tudo isso,
elas surgem quando bem entendem.
Para não ter de se preocupar em decifrar
gráficos metrológicos, uma boa dica é contratar
uma das agências locais que promovem caçadas
à aurora. Por 995 coroas norueguesas (cerca de
€
125), a Friluftsenter
( http://tromso-friluftsenter.no ),
dispõe de guias que parecem farejar o fenômeno.
Eles o pegam no hotel em uma
van
ou carro priva-
tivo e avançam para os arredores de Tromsø. Isso
porque, assim como ocorre com as estrelas, as luzes
das cidades diminuem a visibilidade da aurora (e
você aí pensando que os noruegueses viam luzes no
céu ao abrir a janela de casa).
A partir daí, é preciso ter paciência na escuridão
da estrada, aguentar o frio (pode colocar frio nisso)
e confiar que a natureza jogue do seu lado. As
luzes no céu podem aparecer por alguns segundos
ou durar horas. Podem também não aparecer. Às
vezes, são fraquinhas, monocromáticas, em geral
verdes e semelhantes a nuvens ou arcos estáticos;
às vezes, surgem nítidas, coloridas e dançantes,
como se fossem cortinas incandescentes em meio a
um balé tão espetacular que os olhos incrédulos das
testemunhas demoram a compreender.
Os guias têm papel fundamental durante o pas-
seio, mesmo porque, a não ser que tenha conhecimen-
tos profissionais e um bom tripé, é difícil fotografar a
FOTOS: SHUTTERSTOCK.COM / 1 GAUTE BRUVIK/VISITNORWAY.COM