Osambientes
misturamo
comumcomo
tecnológico,
criandomuitos
contrastes
interessantes
ma profusão de tubos de néon forma o
desenho de um anjo no coração da Golem
City de Praga, um labirinto de módulos
de habitação empilhados como arranha-
céus em uma espécie de favela vertical
para seres humanos mecanicamente
modificados. Tudo equilibrado sobre uma paisagem de fios
e candelabros de poliestireno, bancos decorados à moda
antiga, monitores com noticiários constantes rodeados
por lâmpadas e retalhos fumegantes de carne.
À primeira vista, é apenas mais um trágico
aglomerado de placas com dizeres agressivos espalhados
pelos manifestantes vigiados pela polícia. Mas há mais
nesse desolador quadro do que o superficial. O anjo é
um elo entre as estratégias simbólicas do novo
Deus
Ex: Mankind Divided
e o aclamado
Human Revolution
,
de 2010. É a imagem residual do tema de Ícaro presente
em
HR
: o homem alado voando em direção ao sol, uma
representação daquilo que a Eidos Montreal define como
época dourada do universo de
Deus Ex
, na qual os ideais
científicos da Renascença europeia foram aplicados ao
negócio de combinar mecanismos e carne humana.
Em
Mankind Divided
, esse tema e o espírito de
experimentação foram estilhaçados e levados ao
subterrâneo, enquanto o povo modificado – a maior
parte ainda dependente dos dispendiosos suprimentos
de Neuropozyne, medicamento que impede a rejeição
dos implantes – é segregado e brutalizado após a
epidemia de hipnose em massa induzida no clímax do
jogo anterior. “Não se trata mais de ter ou não ter”,
resume a diretora de narrativa, Mary DeMarle. “É mais
um cenário do tipo ‘nós contra eles’”. Em meio ao
caos, estão os agentes dos Illuminati, grupo disposto
a manipular o medo do povo para criar um levante dos
modificados em prol de ganhos políticos.
Apersonalizaçãodearmasocorreemtemporeal,edáparatrocaratéamunição
U
p r é v i a
30
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revista oficial do XBOX