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Férias no Brasil

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xa a língua e os lábios dormentes. Mui-

ta gente não gosta do tacacá por cau-

sa da consistência viscosa da goma de

mandioca. Por isso, para se iniciar nes-

sa iguaria, peça seu primeiro prato sem

a dita-cuja, que não tem gosto de nada

e é usada apenas para fazer volume e

manter a temperatura do caldo. Cada

cuia de tacacá custa de R$ 7 a R$ 15.

Na Estação das Docas, fica o Lá em

Casa, fundado por Paulo Martins, o

chef

que introduziu o paulistano e aclama-

do Alex Atala nos segredos da Ama-

zônia. Ali, a dica é começar a refeição

beliscando bolinhos de piracuí (farinha

de peixe seco) e, depois, pedir farofa de

pirarucu (R$ 28), filé de filhote com leite

de castanha (R$ 58) ou ainda os raviólis

negros, com massa de maniçoba, re-

cheados com peixe levemente curado.

No bairro da Cidade Velha, a aca-

nhada Portinha (Rua Gurupá, 173) faz

sucesso por conta de seus irresistíveis

salgadinhos. O

hit

da casa é a unha de

caranguejo (R$ 4,50, cada), espécie de

coxinha feita com a carne do crustáceo.

Se você gosta de comer bem e também

adora umpetisco exótico, esse é um en-

dereço que não pode ficar fora do rotei-

ro

gourmet

por Belém.

Também na Cidade Velha, den-

tro do parque do Mangal das Garças, o

restaurante Manjar das Garças tem no

menu um gostoso pato no molho de tu-

cupi. Mas o prato que mais sai é o deli-

cioso tucunaré na manteiga com risoto

de limão (R$ 62).

Mais distante, mas essencial, é o

Remanso do Bosque, comandado pelos

irmãosThiago e FelipeCastanho – os fa-

mosos Castanhos do Pará. A casa figu-

ra na 34ª colocação da lista dos 50 me-

lhores restaurantes da América Latina,

ranking

compilado com os votos dos

mesmos críticos que colocaram o

paulistano DOM, de Atala, no sétimo

lugar entre os melhores do mundo.

Com mesas de madeira de lei e pra-

tos de cerâmica regional, o local tem

como destaques o suculento lombo de

filhote grelhado e servido com salada

de feijão-santarém (R$ 120, para duas

pessoas), o pirarucu defumado com

moqueca de banana, o queijo coalho

de búfala grelhado e salpicado de me-

laço e cebolinha, e a tradicional banda

de tucunaré na brasa.

Thiago Castanho é famoso por

seu trabalho de pesquisa e sua proxi-

midade com os pequenos produtores

que fornecem os ingredientes usados

em suas criações. Uma delas é Nena,

da Ilha do Combu, que cultiva cacau e

produz um chocolate orgânico artesa-

nal diferente e gostoso. A quem visita

sua propriedade, do outro lado do Rio

Guamá, ela oferece apetitosos briga-

deiros com

nibs

de cacau.

Os irmãos

Thiago e Felipe

Castanho,

conhecidos como

Castanhos do

Pará,

comandam

o Remanso do

Bosque, eleito

o 34º melhor

restaurante da

América Latina. Ali

fica fácil descobrir

o quanto os peixes

locais combinam,

e muito, com os

exóticos temperos

da Amazônia

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Fotos: 1 João Gomes-NID Comus

2 Everaldo Nascimento-Agência Pará / 3 Divulgação