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Vegetarianos

55

Q

ue a dieta vegetariana traz

benefícios à saúde é de

conhecimento geral. O peso

corporal é menor, o intestino

funciona melhor, os níveis de

colesterol e de glicose no sangue são

mais equilibrados e as chances de ter

problemas no aparelho circulatório ou

uma doença pior, como o câncer, são

reduzidas. Ganhar saúde é aliás um

grande motivo para a adoção de

uma alimentação livre de proteínas

animais. Mas, para obter todos esses

benefícios, é preciso seguir algumas

regras, como fazer as refeições em

intervalos regulares, de no máximo

3 horas, e consumir o volume de

alimento de acordo com as suas

necessidades. Tão importante quanto

isso é a escolha dos alimentos,

que devem ser o mais natural

possível, frescos, integrais e

minimamente processados.

O segmento alimentício

ovolactovegetariano e vegano cresce

a passos largos e tenta colocar a

disposição do consumidor produtos

que se pareçam muito com as versões

“tradicionais” que contêm derivados

animais. Iogurtes, biscoitos,

salgadinhos, pizzas, embutidos,

sorvetes, queijos, chocolates e mais

uma variedade de produtos chegam às

prateleiras dos supermercados. O

assédio é grande e a tentação

também. Afinal, grande parte dos

vegetarianos foi onívora e

experimentou os ingredientes

que encantam o paladar e

comprometem a saúde.

Na dieta onívora, não são apenas

os produtos de origem animal que

predispõem o organismo a uma série

de danos. As mesmas categorias

O patê de tofu é uma maneira

extremamente nutritiva de substituir

a margarina sem leite, que apesar de

ser vegana é muito industrializada

citadas anteriormente (iogurtes, biscoitos

etc.), compostas por alimentos muito

processados, que carregam diversos

aditivos alimentares, excesso de sal, de

açúcar, de farinha refinada e de gordura,

são consumidas diariamente, várias vezes

ao dia, colaborando de forma decisiva

para o desequilíbrio do organismo.

Assim, se essas alternativas veganas

ocuparem muito espaço no cardápio do

vegetariano, “adeus, saúde”.

Consuma com cautela

Apesar de a mortadela, o presunto,

a salsicha, a linguiça, os hambúrgueres

e o queijo sem nada de origem animal

satisfazerem os desejos de muitos

consumidores veganos, a grande maioria

desses produtos contém aditivos

(conservantes, estabilizantes,

aromatizantes) e sal além do necessário.

Sem falar que muitos têm a soja como

ingrediente principal, que sempre será

transgênica, se o grão não for orgânico.

Se usados com muita moderação e

por pessoas que tenham um cardápio

diário equilibrado, composto por frutas,

verduras e legumes frescos, cereais

integrais, castanhas e leguminosas, não

há problemas. O que não deve acontecer

é a adoção diária desses alimentos

industrializados.

Na prática

Muita gente fica perdida no café da

manhã quando vira vegana e acaba

adotando as margarinas sem leite como

substituto da manteiga, do queijo, do

requeijão e do cream cheese, o que não

é adequado, já que a margarina é

extremamente industrializada.

Como dito acima, trocar esses alimentos

por suas opções veganas e usá-las

diariamente não é a decisão mais sábia.

Eles podem, sim, ser usados

esporadicamente, alternando com opções

muito mais nutritivas e naturais, como o

tahine (pasta de gergelim), bem rico em

cálcio. Ele pode ser misturado com

melado de cana (versão doce), com shoyu

(versão salgada) ou combinado com uma

geleia sem açúcar. Óleo de coco, azeite

aromatizado, nutela caseira ou patês à

base de tofu orgânico, leguminosas ou

até mesmo de resíduos de leite de

castanhas também são ótimas opções.

Pensando naqueles lanches que vão

substituir uma refeição, como almoço e

jantar, a dica é sempre compô-los com

pão integral, vegetais crus ou cozidos

(folhas verde-escuras, tomate, cenoura,

abobrinha ou shimeji) e um recheio

contendo proteína. Tudo bem pouco

processado. Veja as dicas:

Faça seu próprio hambúrguer. Pode ser

de quinoa, de grão-de-bico, de lentilha,

de aveia ou de tofu. A maioria pode ser

congelada antes de ir ao forno. Evite

consumi-lo com maionese, mostarda e

catchup prontos. Na internet há várias

receitas desses acompanhamentos que

podem ser feitos em casa;

Tenha sempre algum patê nutritivo

dentro da geladeira, feitos à base de tofu

(receita ao lado), de grão-de-bico, feijão-

branco ou feijão fradinho, de berinjela

com tahine (babaganoush) ou de resíduo

de leite de castanhas. Como não têm

conservantes, duram em média de

5 a 7 dias na geladeira;

Prefira os queijos vegetais caseiros,

feitos com oleaginosas, como macadâmia,

castanha-de-caju, entre outras.

Assim, com uma alimentação

planejada, equilibrada e variada no dia a

dia, dá para comer sem culpa o cachorro-

quente e saborear sem medo um

delicioso sorvete vegano.

RECEITA: PATÊ DE TOFU

Esprema um pedaço de tofu firme

em um pano para tirar toda a água

e bata-o no liquidificador com os

ingredientes de sua preferência:

azeitonas pretas, temperos frescos

(como manjericão, salsinha,

hortelã) ou tomate seco. Finalize

com azeite, shoyu, limão, páprica

ou o tempero que mais gostar.