

características e uma maior quantidade de
frames de animação. Já os inimigos não são
dosmais originais e fazempouco sentido
no contexto do jogo, como o Rei Janken, de
aspecto bembizarro e aleatório. Mas isso
não chega a ser um incômodo e até ajuda
na aparência um tanto quanto surreal
de
Miracle World
, como originalmente
imaginado por Kotaro. Mesmo com as
limitações técnicas do Master System,
Miracle World
temum
bomvisual para um jogo de 1986.
Já a trilha sonora é repetitiva, como tema de Alex Kidd sendo
reproduzido ad infinitumna maioria das fases. Mas, por incrível
que pareça, isso não é ruim. Uma composição de somente 30
segundos antes de entrar em loop e repetir, é impressionante
como o tema composto por Tokuhiko Uwabo não enjoa em
nenhummomento e é facilmente murmurável, ainda que os efeitos
sonoros surgiampara atrapalhar o arranjo, devido à limitação de
canais do chip sonoro do Master. Como Bo conseguiu encontrar a
melodia certa? Muita tentativa e erro: “Durante o desenvolvimento,
o programador Papa Kouichi vivia murmurando asmelodias,
falando ‘sutakora, sutakora, sutakora sassa!’ entre as notas. Até
que uma das composições que fiz se encaixou com as palavras”,
relembra omúsico, citando uma onomatopeia japonesa usada
para indicar uma pessoa que está correndo ou fugindo de alguém.
Essa expressão acabou entrando na letra criada para a música do
Alex Kidd, que vinha no encarte do disco
Sega GameMusic Vol.
01
, lançado em 1986 no Japão em LP e fita K7 pela GMO Records.
Eventualmente, TakenobuMitsuyoshi (
Daytona USA
,
Virtua Fighter
2
,
Shenmue
) cantou essas letras emuma versão rock feita para a
compilação
Alex Kidd Complete Soundtrack
, lançada em2009.
Mas a música principal não é apenas a única que merece
algummérito. “Bo compôs uma trilha sonora graciosa e simples,
do jeito que havíamos pedido. Minhasmúsicas favoritas são a
do Petitcopter e a das fases aquáticas, pois ambas são temas
A TIMELINE DE ALEX KIDD
1986 >
Alex Kidd and The Lost Stars
Lançado em dezembro de 1986 para os arcades – ou seja, um mês após
Miracle World
–,
The Lost Stars
é um jogo de plataforma muito mais
centrado na ação e com um ritmo bem mais frenético, além daquela
dificuldade marota e comedora de fichas. Destaque para alguns
cenários e inimigos completamente pirados, como um skinhead pelado
que atira caveiras de sua região glútea, e para trilha sonora de Hiroshi
Kawaguchi, de
OutRun
,
Space Harrier
e outros sucessos da época. Dois
anos depois, o título recebeu uma boa conversão para Master System.
1987 >
Alex Kidd BMX Trial
Lançado somente no Japão, o
cartucho faz uso do controle
paddle do Master System, que
comanda o personagem sobre
uma bicicleta passando por
percursos cheios de obstáculos.
Quem achou que isso seria uma
boa ideia está de parabéns.
No melhor estilo dos
castelos de
Super
Mario Bros.
, a caverna
também tem lava
Pedalar para voar: o
Petitcopter é o veículo
mais criativo do jogo
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old!gamer
Alex Kidd in Miracle World